29 julho, 2006

 

Tudo bons rapazes


Ontem, Alan Garcia tomou posse como novo Presidente do Peru. Homem de esquerda, ficou célebre por protagonizar o pior mandato presidencial do país. Entre 1985 e 1990, a taxa de inflacção atingiu os 7000% e foi a época em que se registou maior actividade do grupo terrorista Sendero Luminoso. Em 1992, exilou-se na Colômbia, pois Alberto Fujimori ordenou a sua prisão devido a supostas irregularidades durante a sua presidência. Regressou triunfante em Janeiro do corrente ano, para vencer as eleições.
Actualmente, o Peru ainda apresenta altos índices de pobreza mas regista um crescimento económico, de cerca de 6% anuais.
Alan Garcia, na cerimónia de posse, defendeu uma maior aproximação política com o Brasil e Chile, que considera serem os países com uma posição política mais moderada no actual cenário sul-americano. Como não poderia deixar de ser, o seu amigo Lula da Silva deslocou-se ao Peru em visita oficial para prestar homenagem ao seu companheiro de armas.
Agora eu questiono...O que levou os eleitores peruanos, a depositar de novo a sua confiança num homem com este histórico lamentável?
A mentalidade dos povos da América Latina, ainda é um grande mistério para o meu entendimento dos factos...

 

Clã on Tour


A banda portuense, encontra-se neste momento em digressão no nordeste do Brasil. Ontem, foi dia de concerto em Natal - Rio Grande do Norte, juntamente com a banda carioca Los Hermanos. Desejos de muito sucesso para Manuela Azevedo e comparsas nesta visita a terras de Vera Cruz...

28 julho, 2006

 

Mais uma emigrante


A notícia de mudança da pianista Maria João Pires para o Brasil, é mais um sintoma de que algo vai mal em Portugal. Distinguida com o Prémio Pessoa em 1989, nos últimos tempos tinha-se dedicado ao Centro Belgais para o Estudo das Artes, localizado no concelho de Castelo Branco, de que era fundadora e dirigente.

Normalmente quem tem ideias inovadoras e bons projectos para o país, acaba por ter que procurar novos rumos além-fronteiras. Cada vez mais somos um país que vive de futebol, baixa política e que se educa através das boçalidades de reality-shows televisivos. Assistimos impávidos e serenos a um embrutecimento da nossa população. Os fenómenos migratórios do passado eram originados no interior do país, onde as populações se viam defrontadas com poucas perspectivas de futuro. Hoje, o fenómeno da emigração parece motivar todos aqueles que se preocupam com a situação real do país e que não têm o seu valor reconhecido na terra que os viu nascer...

27 julho, 2006

 

Memórias televisivas


Macau, 1999...à beira da transferência para a administração chinesa.

Em Macau, Lisboa e na China vivem-se os tempos do final do império português. São três perspectivas diversas sobre o mesmo acontecimento que condicionam o presente e o futuro das diversas comunidades de Macau e determinam aí conflitos de interesses, todos enquadrados por uma lógica de contornos difusos, em que, por vezes se torna difícil a distinção entre o bem e o mal.
Universo místico, horizonte da aventura ainda possível...Macau exercia sobre parte da sociedade portuguesa o fascínio do exotismo, onde tudo parecia possível, inclusive a oportunidade de um novo começo de vida. È por isso que Rita Carreira voa para Macau. Com 30 anos e após um divórcio, Rita não consegue deixar de se recriminar, projectando a sua insegurança sobre as convicções que sempre a animaram.

Estes eram os elementos, que compunham a base do enredo de Dragão de Fumo, saudosa série transmitida no canal 1 da RTP em 1999.
Esta série, realizada por José Carlos de Oliveira, era a adaptação do livro homónimo, da autoria de João Aguiar. Este escritor português é autor de uma obra prolífera, mas pouco divulgada entre nós. Dragão de Fumo é a continuação de um seu livro anterior, Os Comedores de Pérolas cuja narrativa também se desenrola em Macau, tendo Adriano Carreira (pai de Rita) como personagem principal.
Uma das curiosidades desta série, foi a revelação de Adolfo Luxúria Canibal, vocalista dos Mão Morta como actor. Ele interpreta o papel, de um dos vilões da história e algumas das suas frases ficarão para a posteridade. "Deixem estar, que eu trato da gaja!" :)

Alguém me sabe dizer se esta série foi editada, posteriormente em DVD? Se houver alguma alma caridosa que a queira enderaçar aqui para o Forte, eu agradeço.

Título: Dragão de Fumo
País de Origem: Portugal (1999) - RTP
Realização: José Carlos de Oliveira
Elenco: Cristina Homem de Mello
Afonso de Melo
Amílcar Martins
Adolfo Luxúria Canibal
Rita Amorim
...

25 julho, 2006

 

Eleições em São Tomé e Príncipe

Cerca de 800.000 eleitores são-tomenses, incluindo os que vivem no estrangeiro, escolhem no próximo dia 30 de Julho o novo Presidente do país entre três candidatos, nomeadamente o actual Presidente, Fradique de Menezes, apoiado pela coligação no poder MDFM-PCD (Movimento Democrata Força Mudança - Partido da Convergência Democrática).

Outro dos candidatos é Patrice Trovoada, líder da Acção Democrática Independente (ADI), apoiado também pelo antigo partido no poder, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), e dado como favorito para vencer as eleições deste ano.

O terceiro candidato é um desconhecido nos meios políticos, o empresário Nilo Guimarães, que ainda não iniciou a sua campanha eleitoral, nem deu indícios de o fazer nos próximos dias.

Já foi enviada uma delegação da CPLP ao país, que irá acompanhar o processo eleitoral que se prolongará até ao próximo dia 5 de Agosto. Esperemos que tudo decorra dentro da normalidade e de forma serena. Em África nunca se sabe...

22 julho, 2006

 

Teoria da Conspiração !?

Alguém ainda se recorda de Alfredo Pequito? O ex-delegado de informação médica, magro e com cara de Conde Drácula?

Para os mais esquecidos, gostaria de elaborar uma pequena retrospectiva deste caso com contornos enigmáticos. Em Fevereiro de 2006, Alfredo Pequito foi despedido da Bayer, multinacional farmacêutica alemã. Desde então, ele embarcou numa virtiginosa luta para desmascarar o lado obscuro deste negócio milionário. Passou desde então, a denunciar alegados casos de corrupção envolvendo uma lista de 2500 médicos que teriam recebido bens em troca de prescrições de medicamentos da marca.

No ano seguinte, tiveram início as primeiras denúncias e deram origem a uma série de processos contra médicos. Pequito queixa-se de receber, ele e a família, diversas ameaças de morte e de ter sido esfaqueado nas traseiras da casa de sua mãe.

A 13 de Outubro de 1999, dá entrada no Tribunal de Trabalho de Lisboa uma acção de impugnação do despedimento pela Bayer.
Em Junho de 2000, Alfredo Pequito terá sido alegadamente esfaqueado na cara seguido de outras agressões de vários tipos.
No final de 2001, processa a Bayer por difamação caluniosa. Em Outubro de 2003, foi ao Tribunal de Trabalho tentar impugnar o seu despedimento e reclamar uma indemnização de 65 mil euros por ter sido obrigado a abandonar a empresa "sob coacção". Imputa à Bayer, a prática de crimes de corrupção, que a empresa nega.

A partir de 2003, o caso mais parece uma peça de teatro, com características de tragicomédia, arquitectada como tudo indica pelo próprio Alfredo Pequito. Nesta época, o seu advogado Garcia Pereira começa a receber chamadas telefónicas ameaçadoras no seu escritório. Curioso é que a grande maioria ocorria na véspera das audições judiciais.

Depois de largos meses de investigação de eventuais crimes de ameaças e injúrias que terão sido proferidas pelo telefone contra o advogado Garcia Pereira e o seu cliente Alfredo Pequito, a Brigada de Investigação Criminal (BIC) da PSP reuniu provas materiais e testemunhas para indiciar Pequito como autor das próprias ameaças que denunciou e alegou ter sido vítima.
A BIC chegou à conclusão que a maioria das chamadas era feita em cabines públicas situadas no Olivais Shopping e C.C. Vasco da Gama, em Lisboa, nas proximidades do bairro onde Pequito reside - Olivais.

O relatório do BIC descreve outras situações protagonizadas pelo ex-delegado. Uma delas diz respeito à intrusão de dois indivíduos no quintal da casa de sua mãe, que o teriam ameaçado com uma arma e vandalizado o seu automóvel. O SIS, que possuía uma delegação junto ao local com uma viatura equipada com videovigilância, não registou absolutamente nada de anormal.
Pequito chegava ao ponto de dispensar os seus guarda-costas para, minutos depois, fazer os telefonemas.
Na sequência da audição de mais de 2000 sessões relativas aos números de telefone usados, os investigadores garantem que se trata da voz de Alfredo Pequito a imitar, de forma grosseira, a pronúncia africana.
Em 2005, Pequito perde esta luta em tribunal e é despedido por justa causa pela multinacional Bayer.

Agora eu questiono...Realidade ou fantasia!?
Todos nós sabemos que existem práticas muito duvidosas entre os delegados de informação médica e médicos. Quantas viagens são oferecidas pelos laboratórios farmacêuticos como ofertas de cortesia? Tantos congressos médicos em Varadero ou Natal? Muito suspeito sem sombra de dúvidas...

A bem da verdade, diga-se que até então nenhum profissional da indústria farmacêutica tinha denunciado estas práticas em Portugal. Também será óbvio, que estas enormes corporações multinacionais iriam tentar encobrir a todo o custo estas situações.
A indústria farmacêutica gera biliões por ano e tem um poder imenso no universo dos negócios. Timídamente em todo o mundo, vão sendo denunciadas algumas práticas nocivas destes senhores. Casos de experiências químicas em cobaias humanas no Terceiro Mundo, venda de medicamentos fora da validade e com preços exorbitantes nessas regiões e efeitos colaterais de alguns medicamentos, que são escamoteados em publicações médicas por clínicos manipulados.

Um pequeno exemplo...Vocês sabiam que os medicamentos para tratamento da malária têm 30 anos? Porque nunca foram aperfeiçoadas novas fórmulas? Talvez porque nos países desenvolvidos onde residem os accionistas destas empresas, os focos de malária sejam inexistentes.
Que raio de indústria é esta? Estarão preocupados com a saúde planetária ou com o poderoso Deus lucro?

Alfredo Pequito poderá ter cometido vários erros ao longo destes anos, mas tratou-se de uma luta desigual. A caminhada solitária de um homem contra um dos mais poderosos lobbies mundiais claramente integrado, no que se designa por sistema. Creio que Pequito, já teria a sua sanidade mental claramente afectada nos últimos anos do processo, facto que o prejudicou gravemente em termos de crediblidade pública. Muitas verdades, algumas mentiras...
Parece que em tempos, uns norte-americanos de Hollywood o procuraram porque estavam interessados na sua história para escrever um guião para cinema. E olhem que dava um grande filme!

Para quem se interessa por estes mistérios da indústia farmacêutica aconselho a visita destes dois sites:
http://www.boletinfarmacos.org/012002/etica_y_medicamentos.htm

http://www.corporatewatch.org/?lid=200

21 julho, 2006

 
A malta do SIS

Humor made in Portugal. Uma sátira aos 007´s cá do burgo...

 
A malta do SIS II

 
A malta do SIS III

O final das aventuras do agente L123!

19 julho, 2006

 

Mundo de Aventuras


Adelino Serras Pires nasceu em Portugal em 1928. Pouco depois de chegar a Moçambique, vindo da metrópole, o pai levou-o a uma caçada aos leões que aterrorizavam a região onde residiam. Esse momento decidiu o destino de Adelino: iria passar grande parte da sua vida nas matas africanas, caçando para viver e vivendo para a aventura. Depois de uma juventude atribulada, transformou-se num grande organizador de safaris com uma lista de clientes bastante ilustres.

O seu livro, Ventos de Destruição é um olhar dramático sobre a violência e o terror das guerras assolaram o continente africano e puseram em causa muito do seu futuro. Serras Pires, chegou a ser raptado na Tanzânia e entregue à polícia secreta de Moçambique controlada pela Frelimo. O autor relata-nos com pormenores assustadores os meses de interrogatórios e torturas numa prisão de Moçambique.

Ventos de Destruição é a história das constantes desilusões de um homem à medida que a agitação política e a corrupção se sobrepoem à beleza de África. Mais do que isso, este livro é um comovente retrato de uma vida em África, repleta de aventuras que não passam de mitos para a nossa actual geração. Um estilo de vida invejável apesar de todos os dissabores inerentes...

Adelino Serras Pires foi também um dos partidários do projecto de declaração unilateral de independência de Moçambique, que chegou a ser forjado no início doa anos 70. Era uma imitação do que sucedeu na ex-Rodésia e o seu principal mentor era Jorge Jardim, pai das conhecidas personagens do jet-set português. Pretendiam instaurar um governo de minoria branca, fora dos domínios coloniais portugueses.
Actualmente, Adelino reside na África do Sul, juntamente com a sua esposa com quem escreveu esta obra. Foi um dos que nunca mais se adaptou ao ritmo de vida europeu...

Ventos de Destruição - Adelino Serras Pires e Fiona Claire Capstick; Bertrand Editora

http://www.geocities.com/Vila_luisa/Album12.htm

17 julho, 2006

 

O Barril de Pólvora


Estes últimos dias foram marcados por uma escalada de violência e combates no Médio Oriente! È caso para dizer - A Oriente nada de novo!
Venha o diabo e escolha...De um lado temos as ofensivas dos israelistas que se excedem claramente no uso da legítima defesa, sempre apoiados pelos EUA que se encontram reféns da comunidade judaica que dinamiza grande parte da economia do seu próprio país.
Do outro lado da barricada, encontramos os árabes do Hamas, Hezzbolahs e derivados na sua vertiginosa cruzada fanática e intolerante.
Já não há pachorra para estes gajos!!!

 

Guerrilha Urbana


O PCC - Primeiro Comando da Capital - levou a cabo, nestes últimos dias mais uma série de ataques violentos na grande São Paulo. Mais uma vez, o sistema de transportes públicos, recolha de lixo e autoridades policiais foram os seus alvos preferenciais.
Novamente, fica evidente a falência do sistema penitenciário brasileiro e a incapacidade das forças da autoridade, em lidar com os poderosos grupos do crime organizado.

Alguns analistas acreditam que o PCC leve em conta uma variável política ao promover estes actos de terror urbano. Aproxima-se o período eleitoral e os políticos estão vulneráveis ao pânico da população, o que poderia dar uma maior margem de manobra aos bandidos no que diz respeito às regalias, que exigem para os seus líderes detidos nas prisões.

Não se prevê a curto prazo, um término para a violência urbana que assola as grandes metrópoles do Brasil. Este clima acaba por prejudicar gravemente a economia das cidades visadas e uma clara falta de qualidade de vida dessas populações.
O país sofre de enormes desigualdades sociais e muitos já nascem em comunidades marginais, que vislumbram no mundo do crime o único modo de sobrevivência e ascensão social. O problema é profundo e creio que nunca existirá uma solução para o mesmo. Estes são os exemplos de um país que afinal não deu certo. A falência do Estado brasileiro está à vista de todos...

16 julho, 2006

 

Leituras


Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.
Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.
Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.
Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...
Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.

Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New York

Feras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

15 julho, 2006

 

Os espiões que vieram dos States


A comissão temporária do Parlamento Europeu sobre a CIA pretende ouvir altos responsáveis das autoridades portuguesas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
A proposta partiu da eurodeputada socialista Ana Gomes e foi aceite pelo presidente da comissão temporária, o social-democrata Carlos Coelho.

Além do novo chefe da diplomacia portuguesa também o director do Instituto Nacional de Aviação Civil, Luís Almeida, o director do SEF, Manuel Jarmela Pardos, e o director-geral do SIS, Antero Luís, constam da lista de personalidades que a comissão quer ouvir.
Em causa ainda está, a alegada utilização pela CIA de países europeus para o transporte e detenção ilegal de prisioneiros. Além das autoridades portuguesas, a comissão pretende inquirir autoridades de outros nove estados europeus.

Mas será que esta gente não entende o real funcionamento de um serviço de inteligência?
Ou será que se inventam estas comissões apenas para justificação dos altos salários de Estrasburgo e Bruxelas?
Na minha opinião está-se mais uma vez a empolar uma questão insolucionável.
O mundo ocidental não decretou quase por unanimidade o terrorismo e o fundamentalismo islâmico como ameaças transnacionais?

Todos sabemos que o mundo da espionagem é recheado de operações secretas e acções clandestinas nos limites da legalidade.
A Europa quando está em apuros não apela sempre à divina protecção do Tio Sam?
Qual o motivo de toda esta confusão? Expliquem-me, porque ainda não entendi...

 

Paz no Uganda?


O governo do Uganda e os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) iniciaram ontem, em Juba, no Sudão as negociações de paz destinadas a pôr fim a uma guerra de vinte anos no norte do país.
Joseph Kony é um obscuro líder messiânico que diz querer fundar no Uganda um regime teocrático, regulado pelos Dez Mandamentos. Mas a história do LRA, criado à imagem do seu líder, está repleta de atrocidades. O grupo é conhecido pelo sequestro de crianças que usa nas suas fileiras, como soldados, carregadores ou escravas sexuais.
Será o fim de mais um senhor da guerra africano? Esperemos que sim...

14 julho, 2006

 

Portugal de tanga!


Dois anos volvidos, o Salão Internacional Erótico de Lisboa regressa hoje ao pavilhão 1 da FIL, e pode ser visitado até ás 22h de domingo.
Não irão faltar shows eróticos, strip-tease, sessões fotográficas com estrelas do mundo porno,etc. O ponto alto do certame irá ocorrer quando a actriz (?) espanhola Sónia Baby, tentar bater um recorde mundial, ao retirar da vagina uma corrente metálica com 20 metros de comprimento. Momento épico!
Mais um evento de extrema importância para a cultura da nação! Ou será que os nossos governantes e empresários, vislumbram na milionária indústria do sexo, os rumos do sucesso da economia portuguesa?

13 julho, 2006

 

RD Congo a ferro e fogo!


As eleições presidenciais e legislativas na República Democrática do Congo, as primeiras em mais de quarenta anos, realizam-se a 30 de Julho.
A campanha eleitoral tem sido pautada, nestes últimos dias, por inúmeros confrontos entre populares e forças da ordem nas ruas de Kinshasa. Os manifestantes alegam a falta de tranparência do processo eleitoral, e a comunidade internacional teme o pior para os próximos dias. O leste da RDC também tem sido palco de conflitos com forças rebeldes, que têm desestabilizado a organização das eleições.
Vinte e cinco fuzileiros portugueses, que integram a missão da União Europeia ás eleições na RD Congo vão partir a 14 de Julho e ficar estacionados em Port-Gentil (Gabão). Os militares portugueses irão permanecer na região por um período de quatro meses após as eleições de 30 de Julho.
Uma vez mais, as obrigações para com a UE, irão deslocar tropas portuguesas para um conflito alheio aos interesses nacionais. Que eu saiba, não existe uma comunidade portuguesa significativa naquele país ou qualquer outro tipo de interesses nacionais em terras do Congo.
A missão será comandada pela França. Porque será?
Novamente, os franceses mantêm firme o seu controlo pós-colonial da África Ocidental, socorrendo-se de meios logísticos e militares da UE. E nós dizemos amén!
Não seria bem melhor, a França pedir patrocínios a todas as empresas francófonas com fortes interesses comerciais na região?

 

Guerra do Silêncio


Pelo menos 200 pessoas morreram nos atentados de terça-feira que atingiram comboios, estações e metropolitano de Bombaim-India, anunciou ontem o vice-ministro do estado de Maharashtra na assembleia estadual.
As autoridades indianas acreditam que por trás dos atentados está o grupo islâmico paquistanês - LeT, pois o modus operandi, corresponde à forma de actuar deste grupo que luta pela secessão de Caxemira indiana, estado maioritariamente muçulmano.
Mais um triste episódio, no que eu designo por Guerra do Silêncio, que sucede à Guerra Fria dos anos 80. Na actualidade, os conflitos não ocorrem entre nações. As hostilidades ocorrem entre estados soberanos e organizações terroristas transnacionais, com lideranças mais ou menos anónimas.
Creio que dentro de alguns anos, este novo período da história que vivemos irá ocasionar uma nova ordem mundial, que ditará o fim do predomínio dos EUA no cenário mundial. Eles próprios compraram uma Guerra no Iraque, que são incapazes de gerir e que originam gastos astronómicos. Ainda me recordo, que um dos factores do declínio da ex-URSS foi precisamente uma longa guerra no Afeganistão, e parece que mais uma vez a história se repete para os lados do Tio Sam.
Este grave atentado ocorreu na India. Agora comparem o alarido da imprensa internacional, comparativamente com os atentados que ocorreram em Nova Iorque, Madrid e Londres...

12 julho, 2006

 

Ian Smith - A Lenda Branca


Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.

Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.

Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.

Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.
A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.

As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.
Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.

O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.

Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.
Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.

Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

11 julho, 2006

 

Roteiro para a inclusão

Cavaco Silva inicia amanhã, dia 11, um novo momento no "Roteiro para a inclusão" desta feita a norte de Portugal. Se bem se lembram o primeiro tinha sido na Região do Alentejo e Cavaco Silva tinha alertado para os problemas da interioridade, baixa natalidade, etc.
Amanhã Cavaco começará por chamar a atenção para as mulheres e crianças vítimas de maus tratos, mas também, e na minha opinião extremamente importante, abordará o tema da gravidez na adolescência.
A gravidez na adolescência é um flagelo social, são mulheres jovens que deixam a escola onde deveriam ganhar os instrumentos suficientes para poderem ter uma contribuição activa para a sociedade portuguesa. No entanto, ao engravidarem aos 16 anos, saiem da escola, dedicam-se a criar os filhos, tomarem conta da casa e na grande maioria dos casos, a serem trabalhadoras sem qualquer tipo de qualificação de fábricas por esse país fora. Ganham miseravelmente, vivem na total dependência do seu marido ou familiares mais próximos e dos subsídios do Estado. Como alterar esta situação?
Comecemos pelos motivos que levam à gravidez da adolescência:
- Desconhecimento. Seja do corpo e sua função reprodutora, seja de métodos anti-conceptivos;
- Descontentamento. Com a família e com a escola;
- Meio social desfavorecido em que todos vivem numa promiscuidade absoluta (sim, isto acontece em Portugal).
Como alterar:
- Conhecimento. Adaptação de manuais escolares próprios a uma sociedade que cada vez cresce mais depressa; Ensino de métodos de anti-concepção na escola preparatória (ou como se chama hoje em dia);
- Contentamento. Sobretudo com as opções que a escola oferece. Nem todos podem ser licenciados, muitos não gostam de estudar "coisas chatas e teóricas", a alternativa passa pois pelo ensino de profissões atractivas para os jovens. O ensino profissionalizante deve voltar em força às escolas portuguesas.
- Intervenção eficaz da Segurança Social nos meios desfavorecidos, tomar consciência que os abusos a crianças são de denúncia obrigatória ao Estado e que promessas por parte dos progenitores de melhoria do comportamento se esvaiem em minutos. Nem todos os pais são bons pais, alguns não o queriam ser, são-no por circunstâncias da vida que não controlaram.
O que pode fazer Cavaco Silva para melhorar esta situação? Muito pouco, excepto chamar a atenção para este assunto. Compete ao Estado, mas também a toda a sociedade civil consciencializar-se de que os maus tratos seja de que tipo forem e a gravidez na adolescência, são um flagelo social que tem repercussões no desenvolvimento de Portugal.

08 julho, 2006

 

O Homem das Esmolas



"Por mim, eu só governava apenas para os pobres, porque os pobres não dão trabalho" - José Inácio Lula da Silva

A demagogia do governo do PT no Brasil, assume proporções alarmantes. Lula da Silva, nesta frase infeliz que proferiu apenas quer dizer que a população pobre do país não possui consciência crítica. Este facto, é de grande utilidade para qualquer governo incompetente e sem visão de futuro.

O presidente está sempre a propagandear o seu programa Bolsa Família. O que é o Bolsa Família perguntam vocês? È um pequeno subsídio monetário mensal destinado a todas as famílias carenciadas. Até aqui tudo bem...mas porque não se faz a aposta em programas mais ambiciosos que estimulem uma mudança na vida destas camadas sociais?

Eu sou apologista do velho ditado que diz que mais vale ensinar um homem a pescar, ao invés de lhe oferecer o peixe para comer. Deviam ser criados programas sociais que estimulem a criação de emprego, apoios para os agricultores do sertão fustigado pela seca, uma melhoria do sistema de saúde pública e um ensino de qualidade.
Contudo, todas estas medidas poderiam tirar os pobres da sua condição miserável e dependentes exclusivamente da caridade do Estado, o que seria muito perigoso para o governo do PT. Preferem dar umas pequenas esmolas, para que o povo lhes deva gratidão e deposite o seu voto em Lula da Silva, nas eleições que se avizinham.

Está na hora do Brasil afastar os fantasmas do subdesenvolvimento que subsistem, e duma vez por todas preocupar-se com o bem estar da população em geral. Mas não transformar um quarto de população em pedintes que parasitam um sistema estatal já de si, um sorvedouro de dinheiros públicos. Não será assim tão complicado, visto que o país tem muitas riquezas naturais e a população paga impostos elevados.
È hora de dizer BASTA a esta esquerda caduca e corrupta do PT!!!!!!

06 julho, 2006

 

Ópio do Povo

"Esta equipa deixou o país em suspenso..." - José Sócrates, Jornal das 24-RTP1, 06-07-2006

Esta frase proferida pelo Primeiro Ministro, em Munique após o jogo da selecção nacional espelha na perfeição o estado da nação.

Desde 1998, verifico que existe uma grande preocupação dos governos em criarem ou estimularem eventos de grande porte para entusiasmar a população. Tudo teve início com o megalómano projecto da Expo 98, depois mais tarde veio a euforia do Euro 2004 e agora tivémos o Mundial 2006.

È de grande utilidade ideológica, o estímulo criado por estes eventos que deixam o povo distanciado dos problemas crescentes no país. O que se seguirá? Talvez a inauguração de mais um mega-shopping algures em Montalegre? Creio que ainda não...o Verão está aí e há que propagandear os reforços futebolísticos dos três grandes ou difundir as imagens das férias de sonho da Lili Caneças ou Cinha Jardim.

Basta de querer transmitir a imagem de uma grandeza fictícia e estimular sentimentos de novo-riquismo estéril. Será que na hora do jogo, alguém se lembrou dos desempregados da fábrica da Opel da Azambuja? Decerto, que esses não terão direito ás suas férias de sonho em Angra dos Reis ou ilhas gregas...

É óbvio que a culpa de tudo isto, não é exclusivo dos nossos governantes e comunicação social. A inteligência e o espírito de reflexão do povo português encontra-se adormecido. Dá menos trabalho engolir todo este folclore festivo ao invés de pensar no bem estar comum.
Já repararam que assistimos a uma abrasileirização da nossa sociedade? Já temos o futebol, o Rock in Rio, só nos falta mesmo samba no pé!

05 julho, 2006

 

Grande Galo!


O futebol sempre suscitou grandes paixões pela sua imprevisibilidade e irracionalidade, e o encontro de hoje é mais uma demonstração desse facto.
Durante a partida, a selecção nacional realizou a sua exibição mais vistosa no torneio e acabou por ser eliminada pela França, que se limitou a gerir a vantagem obtida durante a primeira parte do jogo.
Os jogadores portugueses mostraram uma entrega, força e raça invejáveis e o final da partida teve momentos épicos de luta. Tudo muito bonito, mas francamente já estou um pouco saturado de vitórias morais e das inevitáveis discussões sobre arbitragem após os jogos. A equipa francesa levou a melhor sobre a selecção das quinas, e será isso que ficará para a história.
Resta-nos agora, um desmotivante jogo de disputa de 3º e 4º lugar... Por outro lado, esta eliminação até poderá ter uma faceta positiva. A ver se paramos com toda esta histeria colectiva, nacionalismo de circunstância, e passarmos a reflectir sobre problemáticas bem mais urgentes no seio da nossa nação.
Apesar de tudo, neste momento reina um enorme silêncio no Forte e parece que todos vão dormir mais cedo que o habitual!

03 julho, 2006

 

Dança de cadeiras...

Na sexta-feira fui surpreendida com a saída de Freitas do Amaral de Ministro dos Negócios Estrangeiros e com a entrada de Luís Amado para o mesmo cargo.
Digamos que a surpresa não foi excessiva, Freitas do Amaral não estava bem de saúde e vinha-se queixando desde Maio pelo menos. No entanto, Luís Amado, apesar de ser o nome mais badalado nos meios diplomáticos e jornalísticos, é uma escolha à que falta peso político. Não basta que Luís Amado tenha sido Secretário de Estado dos Assuntos Europeus no Governo de António Guterres, para se ser Ministro dos Negócioes Estrangeiros é necessário mais qualquer coisa.
A entrada de Severiano Teixeira para a Defesa era expectável já que este se vinha colocando subtilmente na linha da frente.
No entanto, é de mim, ou falta qualquer coisa a este governo? Será que Luís Amado vai dar conta do recado? Pessoalmente não o achei um bom Ministro da Defesa, achei que tinha feito pouco para apaguizar os militares descontentes. O tempo o dirá...

01 julho, 2006

 

Brava Dança dos Heróis!


Difinitivamente, os ingleses não se dão bem connosco nas decisões de eliminatórias por grandes penalidades. Hoje, a selecção nacional alcançou um patamar histórico em campeonatos do mundo de futebol, relembrando os gloriosos magriços de 1966.
Mais uma vez, a exibição não foi brilhante, e Scolari terá que melhorar bastante o ataque da equipa para o próximo embate. Gostaria de destacar a soberba exibição de Ricardo na baliza, que deve silenciar de uma vez por todas todos os seus críticos.
Tudo indicava que depois dos bifes, iria constar picanha brasileira no menu da selecção das quinas, no que seria mais um confronto lusófono na competição. As expectativas saíram goradas e parece que vamos ter que nos contentar com um galo no espeto! :)
Será desta vez que iremos ajustar contas com a França? Agora o céu é o limite...

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