16 julho, 2006

 

Leituras


Alexandra Fuller tinha seis anos de idade e morava com os pais numa fazenda de tabaco no sul da África quando aprendeu a desmontar, limpar e disparar uma espingarda. Saber atirar podia significar a diferença entre a vida e a morte na antiga Rodésia, actual Zimbabwé, país de adopção da sua família. Ali, a minoria branca no poder viu-se acossada pelos guerrilheiros que lutavam por um governo de maioria negra, e enfrentavam mudanças traumáticas para as quais a mentalidade colonial não estava preparada.
Assim vivia uma família de agricultores brancos, pobres, alcoolicos e inevitavelmente racistas numa África miserável em estado de rebelião.
Os personagens do livro são europeus desgarrados que não encontram mais lugar em seus países de origem e sofrem as consequências por vezes trágicas de tentar impor a sua cultura num ambiente nada acolhedor.
Com Alexandra Fuller, conhecemos a embaraçosa história do outro histórico da África: o colonizador europeu. Ao final destas páginas turbulentas, algum leitor poderá até sentir alívio por não ter convivido com a família Fuller. Poderá mesmo desprezá-los por suas fraquezas, carencias e patologias, como o alcoolismo e o racismo. Mas nunca deixará de considerá-los profundamente humanos. Um retrato do heróico povo rodesiano...
Aqui ficam os dados da obra original e da sua tradução em português que adquiri no Brasil.

Don´t let´s go the dogs tonight: An african childhood - Alexandra Fuller, Random House, New York

Feras no Jardim - Alexandra Fuller, Companhia das Letras, São Paulo

Comments:
Fiquei curioso sobre o livro. Mas penso que aqui em Portugal seja um pouco difícil de encontrar...
Vou tentar!
 
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