26 agosto, 2006
Triste fado
O desemprego de longa duração, ou seja, há mais de dois anos, aumentou em Portugal no último trimestre entre jovens com idade inferior aos 24 anos. Em Junho, havia 17.900 jovens desempregados nessa situação, contra apenas 10.400 registados no primeiro trimestre. O que significa um aumento de 72% no espaço de doze meses e de 40% face ao primeiro trimestre.
in Expresso (22/08/2006)
Escusamos de faler em ideologias ou proferir discursos patrióticos inflamados, quando o cidadão comum se depara com notícias deste tipo. Estes problemas dizem respeito a grande parte da população do nosso país, cada vez mais afastada das discussões políticas porque se vê diariamente confrontada com problemas bem mais urgentes no seu quotidiano. Falamos do dinheiro que não chega para pagar as contas no final do mês, da procura de um emprego cada dia mais difícil, para tentar possuir os mínimos requesitos materiais exigíveis numa sociedade que se afirma europeia e moderna. Para além dos trabalhadores portugueses possuirem dos poderes de compra mais reduzidos da UE, verifica-se que os sinais de retoma que o Governo proclama são contraditórios e que o cenário de emprego se torna cada vez mais sombrio. Convém não esquecer que nas estatísticas do IEFP nunca são contabilizados os numerosos casos de trabalho precário ou subemprego que ainda subsistem em Portugal, que poderiam tornar estes dados ainda mais alarmantes.
Não nos adianta promover grandes debates ideológicos quando os nossos compatriotas não têm emprego ou são constantemente ameaçados de desemprego, vivendo rotinas monótonas sem acesso à cultura, porque muitas das vezes o salário já nem chega para alimentarem devidamente as suas famílias, quanto mais para aquisição de livros, idas ao cinema ou escrever em blogs. Parece-me que em alguns aspectos, a nossa sociedade parece não ter evoluído muito em relação ao que se viveu no período 1973/1977 em termos laborais.
Este até poderia ser o discurso de um marxista, mas é a minha revolta porque vejo que vivemos num país de mentira, falsamente desenvolvido e cada vez mais afastado dos padrões europeus tão propagandeados pelos euro-federalistas.
Eng. Sócrates, explique-me então o que aconteceu com a retoma e milhares de empregos prometidos na sua última campanha eleitoral?
Diga-me que o país ainda tem emenda e que eu não terei de adiar eternamente o meu regresso a Portugal...
in Expresso (22/08/2006)
Escusamos de faler em ideologias ou proferir discursos patrióticos inflamados, quando o cidadão comum se depara com notícias deste tipo. Estes problemas dizem respeito a grande parte da população do nosso país, cada vez mais afastada das discussões políticas porque se vê diariamente confrontada com problemas bem mais urgentes no seu quotidiano. Falamos do dinheiro que não chega para pagar as contas no final do mês, da procura de um emprego cada dia mais difícil, para tentar possuir os mínimos requesitos materiais exigíveis numa sociedade que se afirma europeia e moderna. Para além dos trabalhadores portugueses possuirem dos poderes de compra mais reduzidos da UE, verifica-se que os sinais de retoma que o Governo proclama são contraditórios e que o cenário de emprego se torna cada vez mais sombrio. Convém não esquecer que nas estatísticas do IEFP nunca são contabilizados os numerosos casos de trabalho precário ou subemprego que ainda subsistem em Portugal, que poderiam tornar estes dados ainda mais alarmantes.
Não nos adianta promover grandes debates ideológicos quando os nossos compatriotas não têm emprego ou são constantemente ameaçados de desemprego, vivendo rotinas monótonas sem acesso à cultura, porque muitas das vezes o salário já nem chega para alimentarem devidamente as suas famílias, quanto mais para aquisição de livros, idas ao cinema ou escrever em blogs. Parece-me que em alguns aspectos, a nossa sociedade parece não ter evoluído muito em relação ao que se viveu no período 1973/1977 em termos laborais.
Este até poderia ser o discurso de um marxista, mas é a minha revolta porque vejo que vivemos num país de mentira, falsamente desenvolvido e cada vez mais afastado dos padrões europeus tão propagandeados pelos euro-federalistas.
Eng. Sócrates, explique-me então o que aconteceu com a retoma e milhares de empregos prometidos na sua última campanha eleitoral?
Diga-me que o país ainda tem emenda e que eu não terei de adiar eternamente o meu regresso a Portugal...
Comments:
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Meu Caro Visconde:
E o pior é que estes desempregados são dos que não têm perspectivas de deixar de sê-lo a breve trecho.
Toda a mentalidade educativa de facilidade encontra o grande choque quando se chega às dificuldades cada vez maiores do mercado de trabalho. Que não é resolúvel com programas governamentais instantâneos, do género "Simplex", noutras áreas. Só com o trabalho de sapa, precisamente a penosa estrada que foi desleixada
Abraço.
E o pior é que estes desempregados são dos que não têm perspectivas de deixar de sê-lo a breve trecho.
Toda a mentalidade educativa de facilidade encontra o grande choque quando se chega às dificuldades cada vez maiores do mercado de trabalho. Que não é resolúvel com programas governamentais instantâneos, do género "Simplex", noutras áreas. Só com o trabalho de sapa, precisamente a penosa estrada que foi desleixada
Abraço.
Um triste fado, mesmo ...!
E é como dizes, tem que ser tratado sem ideologias ou discursos patrióticos inflamados, mas sim com acções especificas!
Deixo os votos de um BOM FDS a todo o "Condado"
Bjks da Matilde
E é como dizes, tem que ser tratado sem ideologias ou discursos patrióticos inflamados, mas sim com acções especificas!
Deixo os votos de um BOM FDS a todo o "Condado"
Bjks da Matilde
Este "triste fado", tambem se passa por cä (Alemanha).Infelizmente näo é sö em Portugal.
Um beijinho e bom fim de semana.
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Um beijinho e bom fim de semana.
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