23 agosto, 2006
Colonização espanhola?

Ontem, o Diário de Notícias (clicar no título do post) publicou um artigo na sua secção de economia que nos informa que Portugal tem 1050 empresas com capitais espanhóis. È sempre com alguma reticência que encaro as investidas de nuestros hermanos em território lusitano. Bem sei que vivemos tempos complicados, que o investimento estrangeiro e a consequente criação de novos postos de trabalho são bem vindos mas ainda assim, sou daqueles que rejeita integralmente qualquer tipo de simpatia ibérica.
Não coloco em causa a visão estratégica dos empresários espanhóis nem as suas competências de gestão, que fazem corar de inveja a classe empresarial portuguesa. Tenho vários amigos que trabalham em empresas espanholas e as opiniões sobre as mesmas divergem em muitos dos casos. Talvez eu pense de maneira errada e esteja desajustado das novas realidades europeias que nunca me convenceram, pois sempre me afirmei como eurocéptico.
Por isso queria aqui lançar o eterno debate sobre Portugal vs Espanha. Vocês ainda são daqueles que acham que de Espanha nem bom vento nem bom casamento ou consideram-se ibéricos de alma e coração?
Eu acho que já deixei bem clara a minha posição neste debate e não pretendo repudiar aqueles que defendem teses contrárias mas desejava que teses bem fundamentadas para ambos os lados.
Podem colocar aqui ao barulho a Zara, o El Corte Inglés, Olivença, Aljubarrota e afins! :)
Comments:
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Meu Caro Visconde:
Publiquei um pequeno "post", poucos dias antes do 1º de Dezembro, em que tentava actualizar o Conceito de «Aliança Peninsular» de António Sardinha aos tempos que correm, o que é o contrário do Iberismo. Penso que na economia da União Europeia a prioridade não deve ser dada a concorrências entre as duas economias da Península, mas à acção conjunta que possam desenvolver contra agressões dos interesses do Centro e Norte europeus.
Abraço.
Publiquei um pequeno "post", poucos dias antes do 1º de Dezembro, em que tentava actualizar o Conceito de «Aliança Peninsular» de António Sardinha aos tempos que correm, o que é o contrário do Iberismo. Penso que na economia da União Europeia a prioridade não deve ser dada a concorrências entre as duas economias da Península, mas à acção conjunta que possam desenvolver contra agressões dos interesses do Centro e Norte europeus.
Abraço.
Como iberista convicto como sabes Visconde, não sou eu que o digo, mas muita gente já o disse que a antiga máxima " de Espanha nem bons ventos nem bons casamentos " é uma máxima provinciana de quem tem medo de tudo e de todos !
Só temos a ganhar com os nuestros hermanos, e eles conosco, é o que eu penso. Aliás atrás foi dito algo em que também acredito. Antes da UE temos a Ibéria é nessessária a ibéria.
Existem regiões inclusivé da Espanha que se sentem mais identificadas com Portugal que com Espanha.
Só temos a ganhar com os nuestros hermanos, e eles conosco, é o que eu penso. Aliás atrás foi dito algo em que também acredito. Antes da UE temos a Ibéria é nessessária a ibéria.
Existem regiões inclusivé da Espanha que se sentem mais identificadas com Portugal que com Espanha.
Caro Lois,
As tais regiões espanholas que se sentem mais identificadas com Portugal do que com Espanha de que fala (e só se pode estar a referir aos "integracionistas" galegos) afirmam isso essencialmente para irritar Castela. A lógica é simples: o castelhano crê que o facto de o ser [castelhano] é uma espécie de graça divina. Por isso mesmo o castelhano não compreende quem não quer ser castelhano (ou seja, os bascos, os catalães, os galegos, os andaluzes, os navarros, os cantábricos, os leoneses, as cidades de Ceuta e Melilla e até o calhau de Perejil!!!). Assim sendo, a maior ofensa que um "espanhol" pode fazer a um castelhano é afirmar que o quer deixar de ser. E pior, que não só quer deixar de ser espanhol, mas mais, que prefere estar subjugado a outra bandeira que não a constitucional.
Posso vislumbrar alguns benefícios que a "União Ibérica" (bater três vezes na madeira!) poderia eventualmente trazer, mas quase todos eles reverteriam a favor de "nuestros hermanos". Além de todos serem de origem macro-económica.
Dizer isso é utilizar os mesmos argumentos falaciosos que os federalistas foram utilizando e que os portugueses ingenuamente engoliram, do tipo: a moeda única vai fazer com que, quando uma pessoa viajar para o estrangeiro já não perca dinheiro nos câmbios. Ou então: Schengen vai fazer com que uma pessoa já não perca tempo a parar nas alfândegas e não gaste dinheiro a fazer o passaporte.
Ou mesmo quando se discute a forma republicana de governo há um argumento que o bando republicano gosta de atirar para a mesa: os custos de uma casa real. Ora o que esta cambada de jacobinos diletantes e dissolutamente anti-nacionalistas não percebe é que para um nacionalista a soberania nacional não tem um preço. Ou seja, haver Portugal e concomitantemente ser-se Português tem um preço, preço esse a que um nacionalista acede pagar sem quaisquer hesitações.
As tais regiões espanholas que se sentem mais identificadas com Portugal do que com Espanha de que fala (e só se pode estar a referir aos "integracionistas" galegos) afirmam isso essencialmente para irritar Castela. A lógica é simples: o castelhano crê que o facto de o ser [castelhano] é uma espécie de graça divina. Por isso mesmo o castelhano não compreende quem não quer ser castelhano (ou seja, os bascos, os catalães, os galegos, os andaluzes, os navarros, os cantábricos, os leoneses, as cidades de Ceuta e Melilla e até o calhau de Perejil!!!). Assim sendo, a maior ofensa que um "espanhol" pode fazer a um castelhano é afirmar que o quer deixar de ser. E pior, que não só quer deixar de ser espanhol, mas mais, que prefere estar subjugado a outra bandeira que não a constitucional.
Posso vislumbrar alguns benefícios que a "União Ibérica" (bater três vezes na madeira!) poderia eventualmente trazer, mas quase todos eles reverteriam a favor de "nuestros hermanos". Além de todos serem de origem macro-económica.
Dizer isso é utilizar os mesmos argumentos falaciosos que os federalistas foram utilizando e que os portugueses ingenuamente engoliram, do tipo: a moeda única vai fazer com que, quando uma pessoa viajar para o estrangeiro já não perca dinheiro nos câmbios. Ou então: Schengen vai fazer com que uma pessoa já não perca tempo a parar nas alfândegas e não gaste dinheiro a fazer o passaporte.
Ou mesmo quando se discute a forma republicana de governo há um argumento que o bando republicano gosta de atirar para a mesa: os custos de uma casa real. Ora o que esta cambada de jacobinos diletantes e dissolutamente anti-nacionalistas não percebe é que para um nacionalista a soberania nacional não tem um preço. Ou seja, haver Portugal e concomitantemente ser-se Português tem um preço, preço esse a que um nacionalista acede pagar sem quaisquer hesitações.
Se estivéssemos a falar de investidas portuguesas em Africa ou Brasil, os senhores do Condado já estariam contentes!
Os espanhois estao ca porque a classe empresarial e contituida essencialmente por brutamonte analfabetos que estao mais preocupados com a sua bela vivenda na Marisol e com o respectivo Mercedes na garagem.
Os espanhois estao ca porque a classe empresarial e contituida essencialmente por brutamonte analfabetos que estao mais preocupados com a sua bela vivenda na Marisol e com o respectivo Mercedes na garagem.
Caro Pedro Ferreira,
Este assunto em discussão, é bastante interessante do ponto de vista cultural, já do ponto de vista do mercado, este assunto está "resolvido" com a entrada de Portugal e Espanha para a União Europeia, pois parece-me que hoje o tal mercado é ganho pelos mais fortes....e a Espanha é mais forte que Portugal económicamente, e os empresários portugueses não estão muito preocupados com a identidade nacional, é ver o exemplo de José Vaz Guedes da SOMAGUE, que uns dias depois de assinar um abaixo assinado que exigia ao governo português protecção para a indústria portuguesa face aos "ataques" dos "nuetros hermanos",
não teve qualquer problema de vender a Somague aos espanhóis sendo uma das maiores empresas de construção civil de capital português.
Foi a minha participação para o debate,
Um abraço
Este assunto em discussão, é bastante interessante do ponto de vista cultural, já do ponto de vista do mercado, este assunto está "resolvido" com a entrada de Portugal e Espanha para a União Europeia, pois parece-me que hoje o tal mercado é ganho pelos mais fortes....e a Espanha é mais forte que Portugal económicamente, e os empresários portugueses não estão muito preocupados com a identidade nacional, é ver o exemplo de José Vaz Guedes da SOMAGUE, que uns dias depois de assinar um abaixo assinado que exigia ao governo português protecção para a indústria portuguesa face aos "ataques" dos "nuetros hermanos",
não teve qualquer problema de vender a Somague aos espanhóis sendo uma das maiores empresas de construção civil de capital português.
Foi a minha participação para o debate,
Um abraço
Permitam-me Vassas Senhorias que agradeça a vista da Vossa Embaixadora ao meu espaço.
Permita-me a Duquesa da Geira agradecer tão elegante distinção com que me brindou ao visitar o meu espaço.
Pela Vossa situação geográfica espero que encontrem o meu bom amigo Prestes João.
Permita-me a Duquesa da Geira agradecer tão elegante distinção com que me brindou ao visitar o meu espaço.
Pela Vossa situação geográfica espero que encontrem o meu bom amigo Prestes João.
Concordo com a tua visão sobre a "união ibérica", mas trabalho numa instuituição bancária que pertence a um grupo espanhol e tenho k admitir que são realmente mais empreendedores e com uma visão do negocio muito "á frente" comparativamente com o portuga..
Caros visitantes do Forte:
Confesso que esperava um pouco mais deste debate...Tal como prometi no texto, não vou emitir juízos de valor sobre nenhuma das posições.
Obrigado a todos!
Confesso que esperava um pouco mais deste debate...Tal como prometi no texto, não vou emitir juízos de valor sobre nenhuma das posições.
Obrigado a todos!
Caro Visconde,
Se na altura acho que fizemos muito bem em correr com os Filipes daqui para fora, se tivesse vivido nessa época e a minha esperança de vida me tivesse permitido viver até aos dias de hoje, estaria irremediavelmente arrependido.
Não nutro uma simpatia em especial pelos espanhóis, mas se Portugal fosse ‘apenas’ mais uma região de Espanha, tenho a certeza absoluta de que, apesar de Madrid ser a capital, seriamos hoje a região mais rica da península.
Aliás, a história da Europa teria sido bem diferente se a península fosse um só país.
P.S. apenas mais um ligeiro comentário da minha filha de 7 anos:
- Bolas pai, a PSP e o DVD têm espanhol mas não tem português. Se ao menos eu fosse espanhola. Bolas!
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Se na altura acho que fizemos muito bem em correr com os Filipes daqui para fora, se tivesse vivido nessa época e a minha esperança de vida me tivesse permitido viver até aos dias de hoje, estaria irremediavelmente arrependido.
Não nutro uma simpatia em especial pelos espanhóis, mas se Portugal fosse ‘apenas’ mais uma região de Espanha, tenho a certeza absoluta de que, apesar de Madrid ser a capital, seriamos hoje a região mais rica da península.
Aliás, a história da Europa teria sido bem diferente se a península fosse um só país.
P.S. apenas mais um ligeiro comentário da minha filha de 7 anos:
- Bolas pai, a PSP e o DVD têm espanhol mas não tem português. Se ao menos eu fosse espanhola. Bolas!
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