12 julho, 2006

 

Ian Smith - A Lenda Branca


Ian Smith foi o Premier da colónia britânica da Rodésia do Sul de 13 de Abril de 1964 a 11 Novembro de 1965, e ministro principal da Rodésia (actualmente Zimbabwé) de Novembro de 1965 a 1 de Junho de 1979, quando a Rodésia foi governada pela sua minoria branca.

Smith talvez seja mais recordado, pela sua assinatura da Declaração de Independência Unilateral do Reino Unido. Ele e outros políticos brancos do sistema argumentavam que não existia nada de fundamentalmente racista sobre o sistema eleitoral da Rodésia. Tal argumentação não é muito credível visto que até 1979, os brancos detinham 95% dos votos em eleições nacionais quando não eram mais de 5% da população total.

Durante os anos 60, foi concedida a independência de todas as colónias britânicas em África. A Rodésia procurou também a sua independência, mas o governo britânico não concordou porque pretendia um governo negro a reger os rumos do país. A alternativa à independência, seria uma continuação do status-quo, onde os brancos constituíam a classe dominante.

Surge então a Declaração de Independência Unilateral a 11 de Novembro de 1975.
A UDI provocou de imediato sanções internacionais, incluindo as primeiras sanções económicas da história das Nações Unidas, conduzidas em grande parte pela Grã-Bretanha, pela OAU, e mesmo o governo da África do Sul do apartheid apoiava clandestinamente mas não reconhecia o novo Estado.

As sanções das Nações Unidas eram bastante severas e envolviam todas as transacções comerciais e financeiras com a Rodésia.
Entretanto, em 1971, a oposição negra foi ficando mais intensa e surgem os primeiros ataques dos guerrilheiros rebeldes, em diversas propriedades rurais de brancos. Estava marcado o início da designada Bush War. Grande parte das movimentações dos guerrilheiros, possuía estruturas de apoio em países vizinhos, com destaque para Moçambique.

O isolamento internacional intensifica-se após a independência de Moçambique em 1975, e também devido a um recuo do apoio sul-africano. As sanções económicas estrangulavam cada vez mais o país, ao mesmo tempo que as forças rebeldes começavam a tomar a dianteira na guerra.

Em 1978, a minoria branca encara pela primeira vez um acordo político com alguns partidos negros, mas garantido 2/3 dos assentos do parlamento para os brancos, o controlo das forças armadas e poder judicial.
Em 1979, são realizadas as primeiras eleições multi-raciais, o país muda de nome - Zimbabwé e a guerra na selva termina. No ano de 1980, ocorrem umas segundas eleições e Robert Mugabe sobe ao poder, onde se mantem até hoje. Ao longo dos anos as condições de vida dos brancos do Zimbabwé, têm-se deteriorado e muitos já fugiram para o Reino Unido. Não esqueçamos que existem ainda vários portugueses residentes neste país, para onde emigraram após a independência das ex-colónias portuguesas.

Ian Smith, encontra-se neste momento a viver no exílio na África do Sul. Deixa duas obras fundamentais para o entendimento desta época: Great Betrayal e Bitter Harvest.

Comments:
Porque será que todos os países africanos que tinham minorias brancas no poder, foram casos de sucesso?
Vejam a merda que Mugabe fez no Zimbabwé que era um dos países com maior potencial agrícola.
Porque será que a África do Sul é a grande potência do continente? Porque será que o Quénia tinha esplendor até aos anos 60? Porque será que a Namíbia é um dos países mais estáveis no momento?
Racista? Não...sou apenas realista!
 
A lança
Trás
Sempre
Na ponta
O preço
Para
Quem
Contra
Ela
Avança.

PS: Obrigado pela visita!!!

Paulo
 
Concordo com o Maurício...
Há gente que há para governar e outros para ser governados.
 
a desigualdade de espírito é o efeito duma causa conhecida, e esta é a diferença de educação
 
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