20 outubro, 2006

 

Reunião

Teve lugar na passada terça-feira à noite uma reunião entre o Conde de Piornos e eu própria. Nessa reunião ficou decidido que iriamos fechar este blog. Temos tido muito trabalho e pouca oportunidade de vir aqui e não queriamos deixar de vos dedicar toda a atenção possível. Assim, depedimo-nos até uma próxima oportunidade. Muito obrigada a todos os que nos acompanharam durante estes meses de aventura.

19 outubro, 2006

 

AXO - Portugal/Raça/Império

Já foram aqui escritas algumas coisas sobre o universo criativo e ideológico de Pedro Ayres Magalhães. Seguindo este propósito faço aqui a trancrição de um interessante texto da autoria de HNO, retirado do seu blog REVERENTIA.

Notas pessoais a propósito do surgimento dos "Heróis do Mar" e das suas conotações fascistas. Notas para a história do AXO:
Estávamos em Março de 1981, eramos todos muito jovens e naturalmente muito idealistas, a Faculdade de Letras de Lisboa dava guarida às nossas conspirações, embora alguns de nós já se conhecessem de outras caminhadas, anteriores, intensas e diversas que haviam forjado sólidos laços de confiança senão mesmo de amizade.
Os três grandes impulsionadores do pujante e efémero movimento que se veio a conhecer como AXO (sempre entendido como um grito de ordem, facilmente utilizável e que jamais pretendeu ser a sigla do que quer que fosse..), foram o Paulo Borges (que cursava filosofia), o Pedro Ayres Magalhães (que cursava psicologia) e o António Albuquerque Emiliano (cujo curso me não recordo...). Conhecia apenas o Paulo e o Pedro quando, em Abril desse ano, me procuraram na cave da Faculdade, onde funcionava o Aparelho Técnico no qual trabalhava, como tipógrafo, para fazer face aos custos da vida de estudante. Paradoxal veio a revelar-se a utilização do Aparelho Técnico da AEFLL, então controlada por uma lista próxima da UEC (União dos Estudantes Comunistas), para a elaboração, frequentemente a altas horas da noite, dos nossos, comunicados, manifestos e material de propaganda.
Confesso que a primeira abordagem, por parte do Pedro e do Paulo, me deixou desprevenido, conheciamo-nos de bem diversas situações e a arrojada linguagem e propósitos do AXO, despertava-me para um universo bem diferente. Cedo, porém, as ideias e discursos dos meus amigos, tal como a eles, vieram preencher um ansiado vazio de anos de intensa e conturbada vida musical.
Não foi por acaso que se escolheu o dia 25 de Abril, pululavam então os cravos vermelhos na FLL, para a emissão do primeiro comunicado dos auto-proclamados “Arautos do Quinto Império”, o tema não poderia parecer mais desjustado às abrilinas festividades:
“O Mito Renasce – A raça está Viva!”, o conteúdo da declaração continha três pontos e alguns incitamentos:
“1. O sistema democratico-populista e o preconceito do valor das multidões esgotam as possibilidades de aproveitamento total das capacidades superiores da Raça Humana.
A luta Axista devastará o reino das trevas!
2. O predomínio ditatorial dos valores decadentes e niveladores duma moral de rebanhos arrasta o indivíduo para o infindável abismo da doença.
3. A asfixia dos impulsos apaixonados, a calúnia do vigor e da energia, o culto do meio-termo e da inércia, a falta de ousadia, são as infames amarras que estrangulam as formas mais elevadas da Criação.
A nossa juventude não pode tolerar semelhante podridão e atrofia cultural.
- O SANGUE JOVEM É CHAMADO ÀS LINHAS DA FRENTE.
- Os nossos avós conciliaram, os nossos pais demitiram-se, - NÓS ACTUAMOS.
- É urgente responder ao desafio: chamam-nos novas conquistas.
- RAÇA É O NOSSO NOME!
AXO A NOSSA BANDEIRA!
A GUERRA ESTÁ DECLARADA!
25 de Abril do ANO I
da ERA AXISTA”
Dificilmente qualquer outra linguagem poderia parecer mais estranha nesses anos em que a esquerda ainda dominava e em particular na nossa Faculdade.
A 10 de Junho, o incontornável Dia da Raça, como continuávamos a gostar de lhe chamar, proporcionava a ocasião para mais um manifesto:
“CARNE E SANGUE, FERRO E AÇO PELO QUINTO IMPÉRIO!
I - É chegada a altura de provar por actos quem são os melhores filhos da RAÇA. Prová-lo-ão aqueles que tiverem a força de reerguer um único SENTIDO NACIONAL, um sentido que aponte a todos os Portugueses um mesmo FIM ACTIVO para a vida ou para a morte, para a guerra ou para a paz.
II – Este sentido sempre existiu e existirá. Não é outro senão o do Quinto Império, anunciado e prometido por poetas e profetas, prenunciado no apogeu do nosso predomínio mundial, hoje miserávelmente esquecido. – “Provar a esperança de um novo Império, ao qual chamaremos o Quinto” – Padre António Vieira.
III – Apontar ao QUINTO IMPÉRIO significa retornar aos valores supremos que permitiram constituir e manter Portugal como Nação altiva; os valores de EXPANSÃO E CONQUISTA que sempre nos permitiram aspirar a uma missão condutora e dirigente do Mundo.
IV – Nós afrmamos que Portugal só sairá do actual abismo de anemia e decadência, expurgando do poder os fracos, os imbecis e os impotentes, aniquilando a actual ditadura parlamentar e plebiscitária do regime democrático-igualitário. A Nação necessita duma élite dirigente obtida a partir da SELECÇÃO, DIFERENCIAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO das suas forças materiais e espirituais. Só a acção desta casta governante, mercê dum Estado forte não burocrático, poderá instituir uma ordem que nos restitua a honra, o rogulho, a força, a ascendência.
V – O lugar dum PORTUGAL irmanado pela Fé nos destinos do V IMPÉRIO, NÃO é o de parente pobre e mendigo dos dejectos do decadente capitalismo Europeu. Portugal deve encarnar a sua Missão Universalista, inoculando a sua ALMA e o seu SÉMEN no Mundo. Recusando o saudosismo estéril, marchemos rumo ao futuro com as armas e as energias da Glória Ancestral.
VI – O movimento Axista apela ao levantamento de todos os Portugueses, numa corrente anti-parlamentar e anti-partidária. Só uma Nação débil confia ao voto popular a escolha dos seus dirigentes. O actual regime democrático-igualitário, negando o direito à diferença, dá-nos o exemplo mais flagrante da dissolução e gangrena a que conduz o poder irresponsável e medíocre das multidões não submetidas nem dirigidas.
- AXO é o nosso grito: - CONTRA A LAMA DEMOCRÁTICA, A INÉRCIA PARLAMENTAR E O VIL IGUALITARISMO-SELECCIONAR NA LUTA A NOVA CASTA DIRIGENTE! – CONTRA A SUBMISSÃO À DECADÊNCIA EUROPEIA-INDEPENDÊNCIA, EXPANSÃO E RECONQUISTA! – GUERRA NACIONAL PELA NOVA RESTAURAÇÃO! – LANÇAS EM RISTE, ESPADAS AO SOL – PEITOS EXPOSTOS PELO QUINTO IMPÉRIO!
A RAÇA ESTÁ VIVA!”
Em Setembro desse ano surgia, com manifesta publicidade na imprensa (Correio da Manhã, O Dia, O Diabo, A Tarde), o projecto alimentado de recuperação de Olivença.
Das paredes da FLL, principal veículo de divulgação do movimento, registámos os seguintes escritos, tantos deles entrecruzados com a vida da banda “Heróis do Mar” de que o Pedro era, indubitavelmente, o mentor e cabeça. A maior parte deles destinavam-se a chocar o esquerdismo reinante e a provocar a reacção:
- AXO
- Almas Ardentes!
- Almas novas! Sangue novo! Pátria nova! Corpos vigorosos ao poder!
- Amantes furiosos, paixões violentes!
- Arautos do Vº Império
- Cristo era judeu!
Marx era juedu!
Freud era judeu!
Quando nos libertaremos desta maldita herança?
- Cruel destino, morte honrosa!
- Ergamos espadas! Olivença é Portugal!
- Ergamos o Império do sol, do sangue e do aço!
- Igualitários, mordereis o pó.
- Lâminas imperiais para barbas democráticas!
- Mais vale um ano de guerra que cem anos de paz!
- O mito renasce – a raça está viva!
- Olivença é Portugal! Pela Reconquista!
- Peitos exposto pelo Vº Império.
- Pela higiene nacional: freaks e hyppies para a fogueira!
- Purificação Nacional!
- Uma boa guerra santifica qualquer causa!
- Uma razão para viver! Uma razão para morrer!
- Viva o Axismo redentor!
Frequentemente o nosso AXO, era antecedido por um F, FAXO (deveria ler-se FACHO...), ao que acrescentávamos: Fascismo é demasiado populista; cesarismo e castas sagradas! As mentes de esquerda sempre tiveram esta aborrecida tendência para confundir faxo com fascio, enfim.
Para além dos citados e do autor destas linhas, militaram na causa Axista – a que o Miguel Castelo-Branco chamou um dia de "extrema direita sebástica vieiriana", embora jamais houvéssemos discreteado sobre heresiarcas bizantinos, nomes como António José Maia, Edgar Pêra, José Alexandre Conefrey, Pedro Bidarra e Vasco Soares, mantendo o grupo sede na Rua Ernesto da Silva, 30, em Benfica.No 1º de Dezembro de 1981, conjuntamente com o Grupo dos Amigos de Olivença o AXO desceria até à estátua dos Restauradores, desfraldaria a sua bandeira e o António Emiliano proferiria um inflamado discurso.O Paulo haveria de continuar a sua cruzada sebástica até pelo menos 1983, mas o grupo, enquanto tal, com a mesma pujança que caracterizara o seu aparecimento já desaparecera.

16 outubro, 2006

 

A despedida do Visconde


Devido a razões meramente pessoais, aproveito este dia para fazer a minha despedida de terras do Condado. Durante estes meses tentei escrever o melhor que pude, apresentando diversas temáticas do meu interesse e contribuí com entusiasmo para a edificação deste Estado utópico. Os primeiros passos foram dados e tenho absoluta certeza que os meus parceiros irão prosseguir da melhor forma o trabalho iniciado em Jundo deste ano.
Gostaria ainda de agradecer a todos aqueles que demonstraram interesse pelos meus textos e que me agraciaram com os seus comentários.
Infelizmente, o quotidiano muitas vezes não nos permite ter a concentração e tempo necessários para exercer as actividades que nos dão mais prazer. Sendo, assim a minha jornada pela blogosfera termina por aqui.
Um forte abraço a todos e até sempre!

14 outubro, 2006

 

Sugestão de leitura




Sugiro a leitura do livro "A Lenda de Martim Regos" de Pedro Canais, é um livro que nos conta através de um personagem sui generis as aventuras que muitos portugueses viveram durante a época dos descobrimentos, neste caso concreto de 1453 a 1538/39 quando termina esta narrativa.
Pedro Canais leva-nos a visitar África, Ásia e América do Sul e a acompanhar diversos descobridores famosos, leva-nos também aos bastidores das tomadas de decisão que levaram ao Tratado de Tordesilhas.
Todo o livro tem um sentido de humor peculiar e apesar de o achar demasiado extenso, o que faz com que haja momentos em que o enredo pareça exagerado, considero que nos dias de hoje nos faz voltar a ter um orgulho particular em ser portugueses.

13 outubro, 2006

 

Portugal vale a pena!

Este blogue tem sido pautado por uma certa atitude negativista em relação à situação político-social de Portugal. Contrariando essa tendência, gostaria de vos apresentar um texto da autoria de Nicolau Santos que poderá ser encarado como um claro discurso de optimismo de que estamos necessitados, fazendo-nos acreditar num futuro mais risonho. Desde já gostaria de agradecer à minha amiga Rita de Freitas Martins- Condessa do Magoito que me enviou este texto via e-mail.

"Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de
mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União
Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder
mundial de tecnologia de transformadores.
Mas onde outra é líder mundial na
produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma
empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena
de mercados.
E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através
do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir,
o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um
país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e
uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios
internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a
nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha,
Inglaterra ou Estados Unidos. Que fez mesmo uma revolução no sistema
financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos
cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na
investigação da produção de energia através das ondas do mar. E que tem uma
empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os
clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que
tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de
clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu
conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para
outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência. Ou que
desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagensdas auto-estradas.
Ou que vai lançar
um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial. Ou que
é líder mundial na produção de rolhas de cortiça. Ou que produz um vinho que
"bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.

E que
conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial
Europeia. Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos
de cartões pré-pagos para telemóveis. E que está a construir ou já construiu
um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o
mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que
vive - Portugal.

Mas é verdade. Tudo o que leu acima foi feito por
empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas
por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e
trabalhadores portugueses.
Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams,
Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software,
Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo
Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia,
Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom
Inovação.

Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES
Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas
multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando
com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das
casas-mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal,
McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite
saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da
cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.

É
este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda
da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde,
no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que
não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média
europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos
feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e
não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma
velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez,
puxa uma carroça cheia de palha. E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos,
não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros
portugueses a tentarem replicar
o que de bom se tem feito.

Porque,
na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem
também seguidos? "

Nicolau Santos,
Director Adjunto do semanário Expresso
in Revista

12 outubro, 2006

 

Viagens no Império: Brasil









O primeiro território ultramarino a obter a sua independência em 1822. Um território cuja colonização sempre se revelou bastante complicada devido à suas dimensões continentais. No entanto, tornou-se a jóia do Império após o declínio do comércio da India, destacando-se como a província mais próspera. A independência foi declarada sem conflitos de grande envergadura, embora a sua autonomia tenha constituído um rude golpe na monarquia portuguesa que definhou por completo a partir de então.

O Brasil sempre foi o verdadeiro reduto do lusotropicalismo defendido por Gylberto Freyre, e, onde subsistiram durante vários anos os vestígios de uma sociedade paternalista, latifundiária, conservadora e com uma economia baseada no trabalho escravo.

Nos actualidade, o Brasil depara-se com diversos problemas, mas ainda assim é um país repleto de oportunidades onde é possível fugir da aboreccida rotina europeia e recomeçar uma vida nova. Como já escrevi anteriormente...Ao princípio estranha-se mas depois entranha-se.

1 - Posto 9 da Praia de Ipanema - Rio de Janeiro; 2- Panorâmica de São Paulo; 3- Área do Pelourinho - Salvador da Bahia; 4- Praia de Bombinhas - Florianópolis/Santa Catarina; 5 - Teatro Amazonas - Manaus/Amazonas; 6- Forte dos Reis Magos -Natal/Rio Grande do Norte; 7- Mercado municipal - Belém/Pará


11 outubro, 2006

 

Vá para fora cá dentro


O início do Outono é uma excelente época para visitar as Terras de Barroso, no extremo Norte de Portugal. Sendo assim, aproveito para fazer uma sugestão de fim de semana para oa mais afoitos. Proponho uma curta estadia no Hotel Rural Senhora dos Remédios, localizado nas proximidades de Montalegre.
A unidade hoteleira é propriedade do Padre Fontes, célebre por ser o principal dinamizador do Festival Vilar de Perdizes que reúne anualmente todo o tipo de crenças. Rezam as lendas do folclore local que se trata de um edifício assombrado, onde ocorrem estranhos fenómenos na calada da noite. Pessoalmente, acredito que se trata apenas de um rudimentar golpe de marketing para atrair hóspedes.
Na próxima sexta-feira, dia 13 de Outubro, o hotel irá acolher o Jantar das Bruxas que deverá reunir a mais fina flor do ancestral ofício. Para obterem mais informações ou fazer reservas, podem sempre consultar a págna oficial do enigmático Padre Fontes.

http://www.padrefontes.com/

10 outubro, 2006

 

Gatos e Ratos


Ontem, realizou-se o temido ensaio atómico no território da Coreia do Norte que foi prontamente repudiado pela comunidade internacional. Este acontecimento vem agitar a situação política no Oriente que se tem caracterizado por grande estabilidade nos últimos anos, tendo mesmo provocado grande incómodo na China, tradicional aliado do regime de Pyongyang.
Numa análise simplista, diria que esta problemática nuclear se assemelha ao jogo do gato e do rato. Quem possui armamento nuclear quer impedir que os outros também tenham. Por sua vez, alguns países emergentes teimam em prosseguir com o aperfeiçoamento do seu armamento, temendo as ofensivas das grandes potências. Um jogo lamentável que só terminará, quando um Governo inconsciente decidir accionar um botão que mudará a face do mundo, tal como o conhecemos hoje.
Não seria bem mais proveitoso para a Coreia do Norte, desenvolver políticas que permitam combater a fome que afecta larga faixa da sua população?

 

Falência a quanto obrigas!


Todos sabemos que a companhia aérea brasileira Varig abriu falência, arrastando consigo milhares de trabalhadores para o desemprego. No entanto, algumas das suas ex-hospedeiras de ar não perderam tempo, aceitaram o convite da Playboy para a realização de um ensaio fotográfico que lhes permitiu angariar uns trocados. Quem sabe, se os atributos físicos das moças não poderão servir para valorizar os currículos, visando futuras colocações profissionais. Peço desculpas às hostes femininas, pela publicação deste post tão machista que dedico inteiramente ao nosso amigo e comentador residente, Paulo Cunha Porto. Esperamos ansiosamente a chegada da próxima nau vinda do reino, que nos fará chegar o seu texto a ser publicado neste espaço.

09 outubro, 2006

 

Eh, pá! O qué que tu ´tás pái a fazer?

É impressão minha ou este tipo mais os amigalhaços da sua direcção conseguiram por fim dar cabo completamente do que subsistia residualmente do CDS-PP ?

É que parece que mesmo um país letárgico e catatónico como a república portuguesa parece ter mais energia e vigor do que o partido dirigido por este marmanjo...
E por isso há um país que até tem umas ténues pulsações e que lá vai estrebuchando anquilosadamente e o partido deste senhor desapareceu do mapa sem deixar quaisquer vestígios.

Isto de porem a Opus Dei a dirigir partidos políticos parece que não pára de dar buraco, não?

E a lenga-lenga da democracia cristã, para além de estar visivelmente demodé, foi chão que já deu uvas...

Bom, se não se importem tirem o sacristão do altar e entreguem a carroça a quem souber guiar a charanga!

 

Alice


Esta noite, apresentamos mais um filme português na nossa programação das segundas-feiras. Trata-se de Alice, uma das melhores películas produzidas durante o ano de 2005 e que foi seleccionado para o lote de pré-nomeados para a categoria de Melhor Filme Estrangeiro dos Óscares de Hollywood.

Passaram 193 dias desde que Alice foi vista pela última vez. Todos os dias Mário (Nuno Lopes, numa magnífica interpretação), o seu pai, sai de casa e repete o mesmo percurso que fez no dia em que Alice desapareceu. A obsessão de a encontrar leva-o a instalar uma série de câmaras de vídeo que registam o movimento das ruas. No meio de todos aqueles rostos, daquela multidão anónima, Mário procura uma pista, uma ajuda, um sinal... A dor brutal causada pela ausência de Alice transformou Mário numa pessoa diferente mas essa procura obstinada e trágica, é talvez a única forma que ele tem para continuar a acreditar que um dia Alice vai aparecer. Alice é a primeira longa-metragem de Marco Martins e ganhou o Prémio Regards Jeunes da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. O filme é dedicado a Filomena Teixeira, mãe de Rui Pedro, o rapaz desaparecido desde 1998 quando tinha onze anos.
Podem aceder ao trailer do filme ao clicarem no título do post.

Título Original: Alice
País de Origem: Portugal (2005)
Realização: Marco Martins
Elenco: Nuno Lopes
Beatriz Batarda
Miguel Guilherme
José Wallenstein...

 

Presidência da União Europeia

Como se sabe, no segundo semestre do próximo ano Portugal assume a Presidência da União Europeia inserido no novo formato das presidencias tripartidas, Alemanha, Portugal e Eslovénia. Ontem, numa reunião informal tida em Guimarães, o Governo estabeleceu quais as prioridades da Presidência Portuguesa. Segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, deve-se retomar a discussão interna sobre o Tratado da Constituição Europeia, implementar a Estratégia de Lisboa aprovada em 2000, em relação a estes dois pontos, reservo-me o direito de aguardar pois dúvido que seja fácil retomar o Tratado da Constituição Europeia, tem que ser reformulado, o nome tem que ser alterado e sobretudo tem que ser garantido aos cidadãos que os seus direitos, liberdades e garantias, não são colocados em causa.
Mas são outros temas aqueles que me preocupam, qual a posição que a União Europeia vai adoptar ante a tentativa de assalto da Europa por cidadãos da África Subsariana, vamos continuar a repatriar Senegaleses, Nigerianos ou vamos procurar soluções sustentadas para este flagelo? Será que a Europa pode continuar a alhear-se dos problemas que existem em África? Estas são questões que exigem uma reflexão profunda.
Luís Amado referiu-se ainda ao futuro alargamento da UE. Se por um lado, me parece que ainda nem absorvemos a entrada dos últimos 10 países, por outro lado, penso que a entrada dos restantes não fará muita diferença, a única excepção é a Turquia. A entrada da Turquia é uma faca de dois gumes, parece-me óbvio que a Turquia até pelo seu passado histórico tem um lugar na UE, mas também me parece óbvio que têm que proceder a inúmeras reformas internas e que terão que respeitar os direitos humanos, já que este é um património cultural europeu que não pode ser alienado.
Finalmente, já José Sócrates tinha referido anteriormente, é desejável que durante a Presidência portuguesas se dêem as cimeiras UE-América Latina, UE-China e UE-África. Cada uma destas cimeiras deve ser vista como uma oportunidade para fortalecer os laços diplomáticos e económicos e para Portugal individualmente, pode ser a oportunidade de re-negociar tratados e quotas de exportação.
Esperemos pois que esta Presidência da União Europeia seja marcada pelo progresso e agilização da UE e que não fiquemos reféns das fobias do passado.

08 outubro, 2006

 

Política bizarra

Miguel Mossoró

Apresento-vos algumas bizarrias políticas do Nordeste brasileiro.

 
Super-Moura

 
Xeque Humberto na UFRN

 
Xeque Humberto

 
Moura - Deputado Estadual

Não é por acaso que a política brasileira, muitas das vezes é vista com descredibilidade. Seleccionei tempos de antena de dois candidatos ridículos que se apresentaram na corrida eleitoral para o Estado do Rio Grande do Norte.

07 outubro, 2006

 

Vende-se castelo, bem localizado, com 21 assoalhadas...


"Os castelos portugueses se fossem postos à venda teriam dezenas de compradores, incluindo estrangeiros, o que podia ajudar a manter este património, afirmou hoje o presidente da Associação Portuguesa dos Amigos dos Castelos, Francisco Sousa Lobo.
Estes monumentos "vêem-se de longe, marcam a paisagem e atraem as pessoas", adiantou o responsável que falava aos jornalistas em Évoramonte, concelho de Estremoz, onde decorrem hoje as comemorações do Dia Nacional dos Castelos.Sousa Lobo lembrou que em Portugal os castelos são quase todos do Estado, contando-se pelos dedos das mãos o número de castelos, fortalezas ou torres que são propriedade privada.A sua concessão a privados, disse, podia "ajudar a manter esse património".As comemorações do Dia Nacional dos Castelos têm como palco a histórica vila alentejana de Évoramonte, cujo castelo foi construído há 700 anos."

in Público (07/10/2006)

Esta afirmação levanta-me uma série de dúvidas. Creio que qualquer medida, no sentido de privatizar o nosso património histórico é sempre bastante discutível e serve apenas para desresponsabilizar o Estado dessa sua função. Embora tenha que admitir que existam excelentes trabalhos da iniciativa privada nesta área. Veja-se o caso da Enatur, que recuperou diversos edifícios históricos que se converteram em luxuosas pousadas.
Digam de vossa justiça...

 

Tia Pureza

A rubrica Cromos da TSF,continua a brindar-nos com algumas personagens humorísticas que tornam os engarrafamentos de trânsito menos sofríveis. Gosto particularmente da Tia Pureza Teixeira da Cunha,que aborda de forma bastante original os temas da actualidade. Para ouvirem podem clicar no título do post.

06 outubro, 2006

 

Grande Entrevista


Ontem Judite Sousa entrevistou Luís Nobre Guedes no programa Grande Reportagem da RTP, foi uma agradável supresa toda a entrevista.
Nobre Guedes apresentou-se tranquilo e sereno e com um rumo concreto para o CDS que como todos sabemos anda a viver momentos turbulentos. Defende que o CDS terá que efectuar uma mudança de estratégia e proporcionar uma oposição activa, apresentando medidas concretas ao governo, apresentando inclusivé um Orçamento de Estado alternativo ao do governo de Sócrates, mas isto só em 2008 ou 2009 quando se der o novo congresso do partido porque até esse momento defende que deve ser Ribeiro e Castro a liderar e que as actuais tricas e intrigas devem terminar para bem do partido. Falta esclarecer qual o papel de Paulo Portas no partido, posto que Luís Marques Guedes dá a entender que Portas regressara em breve à vida política activa. Como o próprio ontem referiu "O futuro a Deus pertence" e assim sendo aguardaremos que se decidam sobre o futuro que desejam para este pequeno partido que parece ter perdido toda a sua ambição nos últimos tempo.

 

A Praia

Maria-Duquesa da Geira, acaba de iniciar um período de promoções na sua Livraria Bastião, instalada aqui no Forte. Passei por lá depois de almoço, aproveitando para resgatar um livro que faz parte das minhas referências pessoais e, que durante algum tempo foi uma espécie de bíblia ideológica para muitos viajantes independentes que percorrem o mundo. Falo-vos de A Praia, da autoria do jovem escritor Alex Garland. A temática central da narrativa aborda uma utopia, uma comunidade secreta e auto-suficiente que se refugia numa ilha paradisíaca do Golfo da Tailândia. Esqueçam por completo, a sua adaptação cinematográfica que conseguiu deturpar por completo a essência da obra literária.Não será difícil, encontrar algumas semelhanças entre a história e alguns dos princípios utópicos e fantasiosos que regem os destinos do Condado.

Existem duas edições deste livro no mercado português. Uma primeira, que foi lançada pela Quetzal Editores e outra posterior da responsabilidade da Europa-América, aquando do lançamento do filme.


Alex Garland - um dos maiores fenômenos da literatura inglesa - capta todo o cinismo e a falta de estrutura emocional de sua geração em seu primeiro romance, A praia. Richard, o narrador, é um jovem, fumante inveterado, que descobre nas viagens o melhor meio de fuga de seus problemas, especialmente quando o paraíso da vez se chama Ásia. Richard não está sozinho neste sentimento de alienação contra os padrões sociais - ou seja, compromissos com trabalho e família. Rapidamente arruma companhia em Bangcoc. Um casal de jovens franceses, também viajantes sem destino, prontos para se unirem aos perigos de uma aventura. Encontra ainda uma pessoa que mudará os rumos da viagem e que atende pelo apelido de "Patolino". Hospedado na mesma pousada dos jovens, "Senhor Lino" - momentos antes de cometer suicídio - deixa na porta do quarto de Richard um mapa indicando uma praia paradisíaca de areias brancas e arrecifes de coral, que abriga os jardins do Éden em pleno golfo da Tailândia. Embora desconhecida e de difícil acesso, os três jovens decidem rapidamente conhecer a ilha proibida e partem em busca de Shangri-Lá. A jornada é mais difícil do que imaginavam. Decidem ir a nado. Ao chegar, tentam atravessar uma floresta densa. Quase não sobrevivem ao choque de descobrir que a ilha abriga uma interminável plantação de maconha, guardada por musculosos e nada simpáticos tailandeses. Começa a terrível perseguição. Para escapar, eles pulam do alto de uma imensa cachoeira. São acolhidos por uma comunidade de 30 pessoas de diferentes nacionalidades que escolheram a praia para formar uma sinistra sociedade. Richard adota "Pato" como companheiro imaginário (ou real?) de sua surpreendente viagem pela ilha. Capaz de escrever um romance pop cortado por alucinantes cenas de ação e terror, balanceando a narrativa com frias e calculadas passagens psicológicas, Alex Garland consegue manter o ritmo de suspense até as últimas páginas. "



05 outubro, 2006

 

Da Saudade

"Movimento pendular do coração lusíada entre a Pátria e todas as Índias que se atingem e aquela Índia de miragem, que não é nenhuma destas e sempre se procura e deseja."

Leonardo Coimbra in Sobre a Saudade

 

Referendum
















No dia em que a proclamação da república faz anos fará sentido voltar a esta questão. E se os portugueses quisessem agora tornar a ser monárquicos? Bastava querer, não? Afinal de contas uma democracia, um Estado de Direito pressupõe o respeito pelas decisões da maioria dos seus nacionais. Contudo, a Constituição da República Portuguesa (C.R.P.) invabiliza esta possibilidade. No seu artigo 288.º (Limites materiais da revisão), a CRP dispõe o seguinte:

“As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
(...)
b) A forma republicana de governo (...)”

Ou seja, ainda que os portugueses desejassem a reinstauração do regime monárquico entre nós, a democrática, universal e popular CRP, filha dileta do 25 de Abril de 1974, pura e simplesmente não o permitiria.

A questão que ora aqui se coloca é muito simples: na eventualidade remota de um referendo (que a CRP não permite), que desse a optar entre o actual regime republicano e a reinstauração do regime monárquico, em qual deles votariam?

Eu votaria Sim à Monarquia!

 
Pânico na TV

Apresento-vos um sketch do programa brasileiro, Pânico na TV, bastante popular junto das camadas mais jovens. Muitas das vezes abusam um pouco, mas confesso que gostei imenso desta peculiar reportagem elaborada na festa da revista Caras, em Abril deste ano.
Devido a problemas no site Youtube, este post foi publicado fora de tempo! As minhas desculpas...

04 outubro, 2006

 

Viagens no Império: Angola








Por vezes é bom recordar territórios que um dia também foram Portugal. Tenho especial simpatia por Angola, devido às inúmeras histórias que o meu pai me contava sobre o dez anos, em que fez a sua vida por lá.
1- Vista nocturna de Luanda; 2 - Lobito; 3- Vida selvagem; 4 - Banco Nacional de Angola em Luanda; 5- Painel de azulejos portuugueses no Forte de Luanda; 6- Canhões portugueses no Forte de Luanda; 7- Ilha do Mussulo

 

Festa do Cinema Francês

Gostaria de vos apresentar uma sugestão cultural para este fim de semana prolongado. Decorre neste momento, mais uma edição da Festa do Cinema Francês que todos os anos nos brinda com um excelente lote de filmes. Apesar de algum declínio da influência do cinema francês nos ecrãs nacionais, convém não esquecer que este país é o que ainda produz as obras mais interessantes do continente europeu. E enganem-se aqueles que pensam que só serão apresentadas estopadas intelectuais, porque a heterogeneidade do seu cartaz tem sido desde sempre um trunfo que tem granjeado o seu sucesso.
O certame apresenta várias estreias cinematográficas, no auditório do Instituto Franco-Português serão exibidos oito filmes e os restantes no Fórum Lisboa. Alm de Lisboa, a Festa acontece no Porto de 13 a 16 de Outubro, em Coimbra de 17 a 20 de Outubro, contando com a presença da actriz Brigitte Rouan, e em Faro de 01 a 03 de Novembro.
Outro ecrã desta festa é o canal 2, da televisão pública que exibirá três filmes.
A não perder!

02 outubro, 2006

 

Uma esperança que renasce

Ao contrário das minhas previsões pessimistas da semana passada, existirá uma segunda volta para a eleição presidencial no Brasil, a ser disputada no dia 29 de Outubro. O candidato do centro-direita, Geraldo Alckmin, acabou por ser beneficiado de certo modo pelo recente escândalo do dossier Serra que envolve membros do PT, aplicando desta forma um duro golpe psicológico em Lula da Silva que estava convencido da sua eleição directa sem grandes dificuldades.
O actual cenário político no Brasil, torna-se agora bastante interessante sob várias perspectivas.

Primeiro, porque existirá um compasso de tempo para que as investigações do caso do dossier evoluam, afastando o clima de suspeição acirrada que se vive nestes dias. Também importa salientar, a ascensão meteórica de Alckmin nesta última semana. A sua votação no Estado de S.Paulo (28 milhões de eleitores) foi claramenbte superior à de Lula, atestando desta forma a sua competência anteriormente demonstrada, enquanto Governador da região. No entanto, esta segunda etapa de campanha não será muito simples para o candidato tucano, apesar da rota descendente das hostes petistas. Os restantes candidatos nesta primeira volta eleitoral, Cristovam Buarque (PDT) e Heloísa Helena (PSOL), contabilizaram juntos quase 10% dos votos. Ambas as candidaturas, situam-se no campo da esquerda política, tornando-se a tranferência destes votos a favor de Alckmin bastante complicada. Na minha opinião, Geraldo Alckmin terá, antes de mais, serenar um pouco os elementos políticos que compõem a sua base de apoio partidário que lhe têm dificultado o trabalho. Por outro lado, terá que intensificar a sua campanha eleitoral nos estados mais pobres do Norte e Nordeste, onde Lula da Silva obteve excelentes percentagens de votação. A campanha de Alckmin foi excessivamente centrada nas regiões sul-sudeste, tendo agora que visitar as áreas mais desfavorecidas do país, explicando de forma sucinta os seus programas sociais.

Ficou também evidente, que Lula é uma figura maior que o seu próprio partido, não conseguindo transferir votos a nível do poder estadual. O PT apenas conquistou o Governo de quatro estados, dos vinte e sete que compõem a República Federativa do Brasil. Como devem calcular, não será tarefa simples governar um país de dimensões continentais, com inúmeras realidades multiculturais e altos índices de corrupção. Mas existem algumas reformas que serão de comum acordo e bom senso. A máquina estatal é bastante pesada, com um número exagerado do ministérios aos quais se acrescentam os complexos sistemas estaduais que, muitas das vezes são dominados por oligarquias familiares locais. Esta é a base de estado a repensar para que os restantes domínios da sociedade evoluam de forma satisfatória.
Será tempo de remodelar o sistema educativo do país, a saúde pública e proceder a uma ampla reforma fiscal. Não é admissível que os impostos absorvam 45% do PIB brasileiro, pagando-se tributos semelhantes aos de uma qualquer social-democracia escandinava, mas tendo serviços públicos de Terceiro Mundo.
No campo da economia, terão que se baixar as taxas de juro e impostos exorbitantes que limitam os investimentos privados. Através desta medida, seria possível um maior crescimento empresarial, maior oferta de emprego e um real crescimento do país que actualmente é dos mais baixos da América Latina. No ano passado, apenas suplantou o Haiti...

Por tudo o que referi neste texto, parece-me óbvio que Geraldo Alckmin seria o homem indicado para empreender reformas tão profundas. O cenário político da segunda volta, continua desfavorável para o seu lado, mas acredito que a noite de ontem tenha sido uma injecção de ânimo para a derradeira batalha. Caso não vença, tenho esperança num entendimento entre as forças políticas, com o intuito de despoletar o progresso deste gigante adormecido, chamado Brasil.
E desta vez, Lula não terá mais desculpas para faltar aos debates televisivos, como fez na passada quinta-feira. Estranha atitude, vinda de um homem que se diz de esquerda, profundo democrata e que respeita o eleitor.

Como curiosidade, gostaria de referir que também exstirá segunda volta para o cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Norte, onde resido. Vilma de Faria (PSB) e Garibaldi Filho (PMDB) quase registaram um empate técnico, neste primeiro embate.

 

O Processo do Rei

Nesta semana, marcada pela triste celebração da Implantação da República, temos o prazer de exibir um dos melhores filmes históricos da nossa cinematografia. O Processo do Rei, narra de forma bastante fiel, todas as intrigas palacianas que destinaram um final trágico a El-Rei D.Afonso VI que terminou os seu dias enclausurado num quarto do Palácio de Sintra. Para além de uma soberba interpretação do actor Carlos Daniel, já falecido, destacam-se ainda apurados cuidados na escolha de guarda-roupa da época e cenários, elementos pouco comuns nas produções nacionais.
Esta longa-metragem, é um exemplo supremo daquilo que defendemos para a nossa política audiovisual. A produção de conteúdos nacionais que possibilitem a valorização das nossas raízes históricas e cultura tradicional, contribuíndo desse modo para a educação das massas e possibilitando a nossa promoção cultural além-fronteiras.

Sinopse:
O rei Luís XIV decide que deverá ser uma francesa, Maria Francisca de Sabóia, a converter-se na esposa do débil rei de Portugal, Afonso VI. Espera deste modo ter conseguido encontrar um aliado para a guerra contra a Espanha.

O problema é que Afonso é um militar incapaz e um soberano medíocre que deixa o seu ministro Castelo Melhor governar em seu lugar.

A rainha está bastante descontente com esta situação e o seu irmão, D. Pedro, está à espera de uma oportunidade para poder suceder ao trono. Luís XIV decide enviar um emissário, Monsieur de Preyssac, para relembrar Afonso dos seus deveres como aliado. Só que o monarca não tem em conta o aviso.

Entretanto, com a cumplicidade da rainha, o enviado do Rei Sol tanta desacreditar o soberano português acusando-o de impotência sexual.

Constitui-se assim um tribunal de urgência para julgar o rei e são chamadas a depor uma série de mulheres. Como todos os testemunhos coincidem chega-se a um veredicto: o rei será deposto.

Condenado e preso, Afonso abdica a favor do seu irmão, que contrai matrimónio com Maria Francisca.

Título Original: O Processo do Rei
País de Origem
: Portugal/França/Alemanha/Espanha (1990)
Realização: João Mário Grilo
Elenco: Carlos Daniel
Aurelle Dozan
Carlos Medeiros
Antonino Solmer
Filipe Ferrer
Ruy de Carvalho
António Filipe...

01 outubro, 2006

 
"A chantagem autárquica

A maior desilusão da democracia portuguesa é a do poder autárquico. É possível que não seja o problema mais grave, dado que outros, aparentemente impossíveis de resolver, como os da justiça e das finanças públicas, afectam mais profundamente a vida colectiva. Mas o termo desilusão é o que se aplica aqui. Sentimento de frustração, descrença, decepção ou desapontamento, dizem os dicionários. Na verdade, a democracia local foi motivo das esperanças de todos. E não faltou o mito: poucos anos depois do 25 de Abril, passou a ser praxe dos discursos oficiais dizer-se que "o poder local era a maior conquista da democracia". Ainda hoje, esta frase sem sentido é repetida. Sobretudo por autarcas, pois que já ninguém acredita nisso."

Fonte: António Barreto in Público, 1 de Outubro de 2006

Portugal, ou o Condado Portucalense se preferirem, constituiu-se tendo como base as organizações municipais ou os concelhos. Esta arrazoada que o poder local tem levado, "graças" às obras de incontáveis munícipes-modelo (ou na opção mais comezinha, os desgraçadamente populares "patos-bravos"), está a conduzir-nos lentamente ao extermínio enquanto país (talvez a solução que depois reste seja entregar o magro pecúlio aos espanhóis, tema muito em voga nos dias que correm). O desafio de hoje é enumerar (ou chamar pelos respectivos nomes os "bois" - e "vacas", não sejamos machistas -) os autarcas que têm tornado o local onde vivemos em autênticos lodaçais. Para dar o exemplo, começo eu:

por Sintra - Edite Estrela.

Agora vocês!

 

A Velha Distopia Iberista


"EL VIEJO SUEÑO CATALÁN

El presidente del PSC reclamó también al conjunto de los catalanes que hagan valer el estatus de Catalunya que, dijo, "es el de una nación solidaria con la nación de naciones que es España". "Es algo crucial", insistió Maragall. El president añadió que está a punto de hacerse realidad "el viejo sueño catalán" del reconocimiento del "carácter nacional y abierto de Catalunya y del abrazo de todos los pueblos ibéricos".El president hizo también alusión a una reciente encuesta hecha en Portugal en la que se señalaba que el 28% de los portugueses son partidarios de una unión ibérica formada por España y Portugal. "Si los portugueses abren sus puertas hacia España, como espero, el viejo iberismo de nuestros abuelos se hará realidad. Lo llevarán a cabo nuestros nietos", auguró."

Fonte: El Periódico, 1 de octubre de 2006

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