02 setembro, 2006
De como as notícias da morte, por vezes, são manifestamente exageradas

Há claramente alguns sinais negativos: o desaparecimento de "O Independente", hebdomanário que na década de 90 ajudou (e muito!) a combater e destroçar o "cavaquismo" e a criar uma alternativa à direita, na altura preconizada pela bicefalia Monteiro-Portas; o mesmo Manuel Monteiro, qual cavaleiro da triste figura, dependurado numa carrinha emprestada por sabe-se-lá-quem a discursar em plena Vila Praia de Âncora, esse ex-libris da reentrèe política lusa, ali tentanto criar, quiçá, o nosso "speaker´s corner"; o total desaparecimento do plateau político dos dois partidos portugueses tradicionalmente de direita, entregues às bem intencionadas mas frágeis e inaptas lideranças de Marques Mendes e Ribeiro e Castro...
Mas não podemos escamotear a vivacidade de uma certa direita portuguesa hoje em dia. Ela está bem patente na blogosfera, onde conseguiu relegar a farisaica e habitual ditadura cultural da esquerda para um merecido segundo plano. Ela é assaz notória na crescente importância de publicações como a "Atlântico", a "Nova Vaga", a "Magazine Grande Informação", a mítica "Futuro Presente", a internética "Alameda Digital", a recente "Segurança e Defesa" e a generalista "Sábado", ou mesmo, se bem que já não de direita, de publicações como a "Nova Cidadania", a "R.I." e a revista "Análise Social". No progressivo destaque de personagens, comentadores e opinion-makers, desde os tradicionais Marcello Rebelo de Sousa, Vasco Pulido Valente, José Pacheco Pereira, Paulo Portas e Nuno Rogeiro, passando por académicos ou investigadores de créditos firmados como Maria Filomena Mónica, Maria Fátima Bonifácio, Vasco Rato, João Marques de Almeida ou Rui Ramos, e até toda uma nova gesta que conta com pessoas como João Pereira Coutinho, Rodrigo Moita de Deus, Luciano Amaral, Leonardo Ralha e Henrique Raposo.
Mas agora essa vitalidade começou a ser ainda mais visível com as propostas do próprio Monteiro para a concretação de um Manifesto de Direita e a viragem do seu PND à direita, mas também com a declaração pública de Pedro Ferraz da Costa dizendo que não enjeita criar um novo partido, com as declarações dos responsáveis da iniciativa "Compromisso Portugal" que vêm a terreiro afirmar que pretendem dinamizar mais este think tank, e por falar em think tanks, há também as notícias da fundação que Portas quer criar.
Em suma, uma série de situações, que, embora não concertadas entre elas, nos levam a nós, que enjeitamos a ditadura do pensamento único que vai reinando por cá, a acreditar no florescimento de um projecto político economicamente liberal, politicamente conservador e intrinsicamente nacionalista.
Comments:
<< Home
Meu Caro Conde:
Fazendo um pouco de advogado do Diabo, não Lhe parece que os vários Autores e Orgãos citados encerram propostas incompatíveis entre si?
Abraço.
Fazendo um pouco de advogado do Diabo, não Lhe parece que os vários Autores e Orgãos citados encerram propostas incompatíveis entre si?
Abraço.
Meu caro Paulo Cunha Porto (posso tratá-lo por P.C.P.?),
A direita, ao contrário da esquerda, não é mentalmente unitária e centralista, daí se falar tanto das direitas, enquanto sinónimo de pluralismo.
Os vários autores e órgãos citados podem ser contraditórios? Seguramente que sim, quanto mais não seja pelo simples facto de que alguns nem sequer são de direita.
Mas o espaço que rejeita a extrema-esquerda (PCP e BE, et alii) e este socrático PS começa a crescer e só terá a ganhar se se unir em torno do mesmo projecto.
Saudações.
Enviar um comentário
A direita, ao contrário da esquerda, não é mentalmente unitária e centralista, daí se falar tanto das direitas, enquanto sinónimo de pluralismo.
Os vários autores e órgãos citados podem ser contraditórios? Seguramente que sim, quanto mais não seja pelo simples facto de que alguns nem sequer são de direita.
Mas o espaço que rejeita a extrema-esquerda (PCP e BE, et alii) e este socrático PS começa a crescer e só terá a ganhar se se unir em torno do mesmo projecto.
Saudações.
<< Home