30 junho, 2006
Homo Lusitanus
Confesso, que sempre nutri um certo fascínio pela figura típica do marialva lusitano. Hoje poderemos dizer que se trata de uma personagem em vias de extinção que vive em habitats restritos em áreas do Ribatejo, Alentejo ou até mesmo em alguns bairros chiques de Lisboa e linha de Cascais.Normalmente é apreciador de touros, fado, tascas e tem uma forma bastante peculiar de tratar as mulheres. O seu guarda-roupa também é constituído por peças raras só encontradas em casas especializadas, tais como samarras, casacos ensebados, botas alentejanas, boné de xadrez,etc. O término da "toilette" normalmente culmina com um penteado pouco curto e patilhas a condizer. Encontram-se divididos sob um complicado sistema de castas que oscila entre a casta superior do "tio" rural com laivos aristocráticos e terminando em exemplares que se enquadram no simples povão. O seu convívio social normalmente decorre em praças de touros, feiras agrícolas e restaurantes típicos. Ideologicamente quase todos os marialvas são católicos conservadores, sportinguistas e apoiantes dos partidos de direita. Sendo uma espécie em vias de extinção, já albergamos aqui no Condado dois ou três exemplares. Entre eles encontra-se o Fernando, natural de Samora Correia, que participou neste sketch antigo do "Gato Fedorento". Prestem também atenção ao linguajar típico da espécie marialva...
28 junho, 2006
"Devi sê legau sê Negão no Senegau..."

Não há nada ali de que já não se desconfiasse: a estirpe sanguinária e tresloucada destes homens; a ingerência dos países ocidentais, mas não só, na vida interna do continente africano à custa das riquezas do seu sub-solo; and so on, and so on...
Mas a questão final que o autor deixa no ar é assustadora, além de não nos deixar propriamente de consciência tranquila. Questiona-se Sánchez Piñol acerca da imposição de noções e realidades essencialmente ocidentais que os europeus fizeram questão de implementar em África sem qualquer atenção ao modus vivendi autóctone: a ideia de Estado, de Estado de Direito, de Democracia. Tudo instituições que os europeus aplicaram em África, como se África fosse um território virgem, onde se pudesse começar desde o ponto zero.
Além do mais, o autor espanhol aborda a famigerada Conferência de Berlim, e de como ela influiu negativamente na situação africana a partir do século XX. Finalmente, Piñol indaga acerca da natureza extremamente autoritária e agressiva destes regimes. “Planteia” o autor a seguinte hipótese: será porque os modelos destes homens, ou seja, aquilo que eles tinham conhecido em vida, era tão somente os regimes extremamente autoritários e agressivos das potências coloniais? O que é certo é que estes homens não reclamavam a pertença ou a herança dos grandes heróis ancestrais africanos. “Por el contrario, Amín era seguidor de Hitler; Bokassa, un incondicional de Napoleón y De Gaulle; Macías, un admirador declarado de Francisco Franco; Mobutu, de manera más o menos consciente, copiaba con fidelidad radiográfica la rapacidad del rey Leopoldo de Bélgica”, afirma Piñol.
Mas deixemos por momentos a tragicomédia subsahariana e focalizemo-nos no que nos interessa. E, enquanto estes lunáticos campeavam pelos seus domínios, o que acontecia no Benim? Em 1958, a então República do Daomé consegue garantir a sua independência face a França e dois anos mais tarde, mais precisamente no dia 1 de Agosto de 1960 é declarada a independência total.
Entre 1960 e 1972 o país é assolado por um grande período de turbulência graças às rivalidades étnicas. Sucederam-se vários golpes de estado e respectivas configurações de regime. Este período foi dominado essencialmente por três homens: Sourou Apithy, Hubert Maga e Justin Ahomadegbé, representando cada um deles uma área diferente do país.
Este triumviratum forma um conselho presidencial, mas em 1972 dá-se um golpe militar liderado por Mathieu Kérékou (nome assaz sugestivo...), que derruba o citado conselho. É estabelecido então um regime Marxista, controlado pelo Conselho Militar da Revolução (CNR), e o país passa então a designar-se como República Popular do Benim. O regime nacionaliza a banca e a indústria petrolífera. Nos finais da década de oitenta, Kérékou abandona o Marxismo depois de uma crise económica e decide então restabelecer o sistema parlamentarista e a economia de mercado. Nas eleições presidenciais de 1991, o presidente em exercício é derrotado por Nicéphore Soglo, e torna-se então no primeiro presidente africano negro a abandonar o cargo após as eleições. Hoje em dia o Benim é um dos países africanos politicamente mais estáveis, e um daqueles que mais se aproxima ao modelo “ocidental” de democracia e Estado de direito.
À luz da história o que poderemos, pois, esperar do Continente Negro: mais exemplos como os de Kérékou, ou continuará a crescer a lista de “Payasos y Monstruos”?
Expansão do Colonato

Apesar do temido exame de admissão no Condado, semanalmente têm chegado ao Forte vários portugueses em busca de um novo ideal de pátria. Todos os candidatos são submetidos a uma avaliação escrita e oral, onde são avaliados os seus conhecimentos históricos, políticos e culturais da nação portuguesa. O serviço de inteligência do condado realiza também uma profunda investigação sobre o passado ideológico dos candidatos. Podemos adiantar que até agora, todos aqueles que se situavam políticamente à esquerda do PSD foram eliminados no processo selectivo.
O Condado também se encontra aberto a candidatos oriúndos de outros territórios lusófonos, embora os critérios de avaliação sejam diferenciados nestes casos.
Depois de aprovados, os candidatos são encaminhados para os diversos departamentos que se vão formando neste estado utópico - ensino, saúde, milícia, informação, comércio, inteligência,etc.
Os aposentos do Forte já são insuficientes para alojar todos os residentes no Condado e tem-se intensificado a procura de casas nas imediações da fortificação.
Até á data não existem registos de dissidências e todos vivem numa perfeita harmonia. Estes habitantes têm entrenhado na perfeição o espírito do lusotropicalismo, numa perfeita adaptação a um novo ambiente. Podem ver na foto alguns habitantes do território imaginário, a disfrutar de alguns momentos de lazer na praia defronte do Forte de S. João Baptista de Ajudá.
A afluência de pessoas ao Condado tem sido noticiada um pouco por todo o lado, e parece que a TAP já pondera a realização de um voo directo semanal entre Lisboa e o Benim, para atender a crescente demanda.
27 junho, 2006
Portuguese Psycho
Como sempre nestes casos, o presumível culpado era um pacato cabo da GNR aposentado, com problemas de afirmação de autoridade e admirador confesso do Prof. Oliveira Salazar. Será que este caso ainda vai acabar em argumento cinematográfico?
http://jn.sapo.pt/2006/06/26/policia_e_tribunais/reforma_e_perda_autoridade_terao_sid.html
Ó Shô Fernando Correia...
No aqui em S. João Baptista muy lido Weekly Standard (www.weeklystandard.com) podem-se ler as seguintes pérolas:
"Soccer is the perfect game for the post-modern world. It's the quintessential expression of the nihilism that prevails in many cultures";
"soccer could be played without using a ball at all, and few would notice the difference. The game consists of 22 men running up and down a grassy field for 90 minutes with little happening as fans scream wildly.";
"Mostly soccer is just guys in shorts running around aimlessly, a metaphor for the meaninglessness of life.";
"Watching men in shorts scampering around has its limitations. It's like gazing too long at a painting by de Kooning or Jackson Pollock. The more you look, the less there is to see.";
"DESPITE HEROIC EFFORTS of soccer moms, suburban liberals, and World Cup hype, soccer will never catch on as a big time sport in America. No game in which actually scoring goals is of such little importance could possibly occupy the attention of average Americans. Our country has yet to succumb to the nihilism, existentialism, and anomie that have overtaken Europe. A game about nothing, in which scoring is purely incidental, holds scant interest for Americans who still believe the world makes sense, that life has a larger meaning and structure, that being is not an end in itself, being qua being.";
"Another reason why soccer will never enthrall Americans is that the game is contrary to nature.";
"But soccer players use their heads, deliberately, to contact the ball. This is contrary to all human instinct, which is to keep the head out of the way of danger.";
"any game which prohibits the use of the hands is contrary to nature.";
"Soccer denies its players this most basic human ability. Players cannot catch or throw the ball. But they can hit it with their heads. If one were to set out to invent a game fundamentally at odds with human nature, soccer would be it."
Por outro lado, o nosso E.Pi.Centro, no Público de hoje, diatriba o seguinte arremoque:
"O futebol substitui no imaginário contemporâneo o tema da guerra, e as guerras que hoje persistem são as dos desafios de futebol."
Mas será que já ninguém consegue ver um jogo de bola sem se pôr a opinar sobre isto e sobre aquilo?
Fónix, que assim isto é o mesmo que ir ao cinema com o Jorge Leitão Ramos...
26 junho, 2006
Portugal nos pés!

A conhecida marca de chinelos brasileiros - Havaianas - lançou uma colecção especial dedicada ao Mundial de futebol. São vários os modelos estampados que ilustram as principais selecções nacionais que disputam o torneio. O modelo português está a fazer furor entre os turistas portugueses que visitam o Brasil!
Actualmente o marketing tem um poder imenso nas opções de compra dos consumidores e parece que os brasileiros têm olho para o negócio...
A Batalha de Nuremberga

Ontem, a selecção nacional deu mais um importante passo rumo à final do Mundial 2006 em Berlim. O jogo não foi bonito, com um excessivo número de faltas e expulsões mas salva-se o resultado final.
Mais uma vingança tardia em cima dos holandeses que nos quiseram invadir o nordeste do Brasil há uns séculos atrás! :) Ora tomem lá!!!!
24 junho, 2006
Finlândia uber alles!

" Em pouco mais de uma década, a Finlândia colocou-se no restrito clube das cinco maiores economias mundiais. No imediato, foi graças às tecnologias da informação que também ajudaram a inventar. Mas por trás delas está a mais sólida educação do mundo".
in Guia/Expresso, 24-06-2006
Aqui está um exemplo de sucesso de um país que traçou metas e objectivos. Desde sempre, os países nórdicos foram uma referência para mim em termos de desenvolvimento cívico e bem estar social que poderiam muito bem estar ao nosso alcance caso as nossas elites empresariais e políticas tivessem um outro tipo de mentalidade. Que eu saiba a Finlândia também não possui uma grande área geográfica, nem uma população numerosa e situa-se também numa periferia da Europa Central. Grande parte do ano, o país vive coberto de neve e gelo, não possui grandes recursos naturais e mesmo assim é um caso de sucesso porque desde sempre soube apostar no bem mais valioso que uma nação pode ter - a educação.
Aqui nunca se apelou ao investimento estrangeiro baseado na mais valia dos baixos salários praticados no país, como muitas vezes os nossos governantes nos venderam.
Quando me encontrava a viver no Brasil, lembro-me bem de ver bastantes aposentados nórdicos a passar os meses de Inverno europeu nos trópicos alegres da vida. È claro que a grande maioria dos aposentados portugueses também se pode dar a estes luxos com os seus 300 euros de reforma...
Uma grande ovação para o país do Pai Natal!!!!
Frase do dia
Fernando Pinto - CEO da TAP, "Expresso", 24-06-06
23 junho, 2006
Insólitos
Turismo no Benim

Hoje, gostaria de vos chamar a atenção para as potencialidades turísticas do Benim. As suas atracções giram em torno das suas extensas praias, relíquias históricas dos ancestrais reinos africanos, alguma fauna selvagem e o mítico forte de S. João Baptista de Ajudá onde se situa o nosso Condado. Para os mais supersticiosos devo adiantar que o Benim é um dos países onde os rituais de voodoo fazem parte do quotidiano das populações locais...
Poderei afirmar que se trata de um destino de viagem pouco convencional numa época de turismo de massas. Aos mais curiosos aconselho a visita dos dois sites abaixo mencionados. O primeiro é o site oficial do turismo do Benim e o segundo diz respeito ao perfil do território elaborado pela Lonely Planet, que na minha opinião produz os melhores guias de viagem do mundo.
Podem então arregimentar os vossos grupos excursionistas para visitar o Condado! Seja bem vindo quem vier por bem...
http://www.benintourisme.com/index.fr.php
http://www.lonelyplanet.com/worldguide/destinations/africa/benin
22 junho, 2006
Eixo do Mal

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu hoje à Coreia do Norte para não dificultar a sua situação de isolamento internacional, face à possibilidade de Pyongyang testar um mísssil balístico de longo alcance. Annan qualificou de decepcionante o caso da Coreia do Norte, sublinhando ao mesmo tempo que o Irão tem que demonstrar o carácter pacífico das suas actividades nucleares.
Os serviços secretos do Japão, EUA e Coreia do Sul indicaram que nos últimos dias as autoridades norte-coreanas estariam a preparar o lançamento do míssil Taepodong-2, uma arma de alcance intercontinental.
Este clima de tensão levou os EUA a accionarem o escudo anti-mísseis embora o Pentágono não o tenha confirmado oficialmente.
Esta nova crise com a Coreia do Norte acontece enquanto as negociações multilaterais para que o país abandone o seu program de armas nucleares se encontram num impasse desde Novembro de 2003. A diplomacia norte-coreana já salientou o direito inalienável do seu país em desenvolver e realizar ensaios de mísseis.
Como nacionalista que sou esta questão da Coreia do Norte e Irão suscita-me sempre algumas dúvidas teóricas. Mesmo que os regimes desses países sejam abomináveis e contra a hegemonia democrática do Ocidente, até que ponto a comunidade internacional pode interferir no que se passa dentro das fronteiras de países soberanos?
Estas questões não poderão ser uma farsa desses mesmos países que tentam transparecer um potencial bélico que não possuem na realidade?Não será mais uma vez uma histeria da comunicação social embalada na cruzada dos EUA contra o eixo do mal?
Gostava então de lançar este debate aqui na blogosfera...
E já agora, na vossa opinião quais são os conflitos mundiais que se avizinham? Considero que vivemos numa época de transição com um lento declínio do imperialismo norte-americano sobre o mundo e prevejo que os próximos grandes conflitos internacionais serão gerados por uma luta pelos recursos energéticos. E neste campo a China terá sempre uma palavra a dizer...
21 junho, 2006
Mais do mesmo...
O baixo crescimento e a consequente fraca criação de emprego é atribuída a razões de ordem estrutural, as quais deverão ser agravadas por factores conjucturais, como a tendência de subida das taxas de juro.
O relatório é divulgado um dia depois de Vitor Constâncio ter sido nomeado Governador do Banco de Portugal. O documento refere que esta situação resultou da combinação de um conjunto de choques de origem interna e externa com uma capacidade limitada da economia reagir a esses choques.
Por sua vez, esta capacidade limitada é vista como decorrente de deficiências no funcionamento dos mercados de trabalho e de produto e na dotação de capital físico e humano.
Mais uma vez os governantes despacham estes discursos inócuos que nada dizem ao cidadão comum. Realmente algo vai mal na república socialista que comemora um crescimento de 0,3% de PIB em 2005! Num país que regista um alto índice de cidadãos que não sabem lidar com computadores, onde centenas de licenciados estão desempregados ou colocados em funções deslocadas da sua formação de base, muitas vezes com situações contratuais precárias. Porque não apostar mais num ensino técnico-profissional ao invés de abrirem mais universidades privadas e serem inventados cursos que não têm aplicação prática no nosso país? Desculpem, mas eu considero que uma licenciatura deveria ser ainda um exclusivo para aqueles que estudam e conseguem entrar em universidades públicas. Hoje em dia qualquer inergúmeno tem acesso ao ensino superior se tiver dinheiro para pagar as mensalidades. Tudo isto provoca desiquilíbrios no mercado laboral e existe um sem número de pessoas que acabam por ser excelentes teóricos mas com pouco aproveitamento prático.
Porque não se fomenta em definitivo o espírito empreendedor no povo português que apenas tem como ideal de vida o seu emprego certinho das 9 ás 18h, sem grandes chatices e fracos níveis de produtividade?
E para quando o controlo em definitivo do elevado défice estrutural das contas públicas?
Será que esta situação não vai melhorar nunca? Estou farto destes governos que se sucedem e nada fazem e necessitamos de uma nova ordem no país.
Mas está aí o futebol para entretar o povinho que é feliz com a sua ignorância e que não se mexe para nada a menos que lhe toquem no bolso. Tudo o que os rodeia não interessa para nada...
Hoje assistimos a mais uma bela vitória da selecção nacional frente ao México. Conseguimos conquistar a liderança do grupo D e durante a primeira parte do encontro praticou-se um futebol de grande qualidade apesar da equipa portuguesa ter alinhado sem alguns dos seus principais jogadores. Agora a Holanda e a Argentina que decidam entre si quem quer ser eliminado na próxima jornada! :)
Infelizmente, apesar da vitória portuguesa, Angola não foi capaz de atingir os oitavos de final da prova acabando por empatar a partida frente ao Irão. Mas mesmo assim foi uma estreia positiva dos palancas negras na alta roda do futebol mundial. Deixo-vos aqui um curioso vídeo dos Simpsons que retrata uma partida entre Portugal e México. Como não poderia deixar de ser acaba tudo numa grande confusão...
Agora vamos todos para o Bar do Duque festejar mais um triunfo da nossa selecção! Haja cerveja!
20 junho, 2006
O Benim na visão da CIA
Vamos aguardar para ver como será o perfil que irão traçar sobre o nosso Condado...
http://www.cia.gov/cia/publications/factbook/geos/bn.html
19 junho, 2006
Mais uma vez Timor-Leste

Os chefes da diplomacia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) realizaram no passado domingo uma reunião extraordinária em Lisboa para analisar a crise político-militar em Timor-Leste.
A crise no território agravou-se em finais de Abril depois de uma intervenção das forças armadas timorenses durante uma manifestação em Díli de cerca de 600 ex-militares dispensados pelo governo timorense.
Nas semanas seguintes grupos armados envolveram-se em confrontos em Díli e seus arredores, numa onda de violência que provocou mais de duas dezenas de mortos e cerca de 130 mil deslocados.
A incapacidade na resolução dos problemas levou as autoridades timorenses a solicitar auxílio militar internacional para restabelecer a ordem, e actualmente estão estacionados em Timor-Leste cerca de 2000 militares e polícias da Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal.
Na reunião de ontem da CPLP, ficou decidido o envio de uma delegação desta organização para avaliar a situação no terreno e a possibilidade de envio de mais tropas destes países. Existirá também uma maior pressão diplomática dos países lusófonos, junto da ONU com o objectivo de encontrar uma solução mais célere para esta crise.
Esta é uma das raras vezes em que eu vejo uma acção efectiva da CPLP que poderia e deveria ter um peso maior no cenário político mundial. Já era sem tempo porque estão á vista as pretensões neocoloniais da Austrália que tem assumido o protagonismo na intervenção militar em Timor-Leste. Geralmente o petróleo gera muita caridade... :)
18 junho, 2006
Extrema direita em Portugal
Os mordomos do Forte

As tarefas domésticas não são definitivamente o ponto forte dos elementos do núcleo fundador do Condado. Decidimos então contratar dois mordomos para cuidar de toda a componente logística e doméstica nos aposentos do forte. São eles, Lucien e Michel (na foto) que se têm revelado preciosos neste período de adaptação a terras africanas.
Mas como não há bela sem senão, tem sido difícil convencer o mais novo - Michel - a largar os seus nada simpáticos animais de estimação. No processo de trocas culturais verificamos que existe alguma dificuldade na assimilação dos nossos ensinamentos culinários portugueses assim como nós parecemos possuir uma inabilidade congénita na aprendizagem dos dialectos africanos que ambos os mordomos nos tentam transmitir.
Os tempos de Portugal do Minho até Timor já fazem parte do nosso passado histórico mas parece que em terras do Condado surgem os primórdios de um utópico V Império lusitano multicultural, cosmopolita e transfronteiriço.
17 junho, 2006
Arranja-me um Emprego...

- Nascido em Vilar de Maçada, concelho de Alijó, distrito de Vila Real, em 6 de Setembro de 1957.
- Engenheiro Civil.
- Pós-graduado em Engenharia Sanitária, na Escola Nacional de Saúde Pública.
- Militante do Partido Socialista desde 1981.
- Presidente da Federação Distrital de Castelo Branco entre 1986 e 1995.
- Membro do Secretariado Nacional do Partido Socialista desde 1991, e membro da Comissão Política do PS.
- Porta-voz do PS para a área do Ambiente a partir de 1991.
- Deputado à Assembleia da República de 1987 a 1995 e desde 2002 (V, VI, VII, VIII e IX Legislaturas), pelo círculo de Castelo Branco, tendo sido, na IX Legislatura, Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PS, membro da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional e membro da Comissão Permanente da Assembleia da República.
- Membro da Assembleia Municipal da Covilhã.
Agora diz-me francamente: davas o lugar a um indivíduo que na sua folha de serviços apresentasse somente o acima descrito? Sabendo que a partir do momento em que este sujeito fosse incorporado na empresa, quando ele cometesse um qualquer deslize e alguém perguntasse “quem é que meteu cá este gajo?”, as pessoas se virariam e olhariam para ti. Sabendo isto de antemão, entregavas algum cargo de responsabilidade a este fulano?
Pois é, mas 2.588.312 portugueses, ou seja, 45,03 % dos portugueses que foram às urnas (e cada vez o termo “urna” me parece fazer mais sentido...) escolheram um mancebo de sua graça José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, que a essa data apenas mais isto podia acrescentar ao seu CV:
- Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território do XIV Governo Constitucional
- Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro do XIII Governo Constitucional
- Secretário de Estado Adjunto do Ministro do Ambiente do XIII Governo Constitucional
- Eleito Secretário Geral do Partido Socialista em Setembro de 2004
(e de facto é este o CV que se despudoradamente se apresenta no portal do governo da república http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Primeiro_Ministro/Biografia/). Escolheram, dizia eu, esta personagem para governar o país.
Mas perguntaria eu aos 2.588.312 de compatriotas que nele votaram: entregar-lhe-iam por acaso, e se conhecessem os méritos laborais da pessoa em causa, a declaração anual de I.R.S.? Passar-lhe-iam para as mãos as poupanças se acaso o senhor José Sousa fosse um gerente de contas do vosso banco? Anuiriam ao casamento entre o engenheiro Pinto de Sousa e uma vossa filha?
Ah! Isso não, mas o país já se pode entregar a este marmanjão...
Começo a compreender o entendimento que os portugueses fazem da Res Publica e da democracia em particular.
PS: e não me venham com a história da homofobia... Quero lá saber quem é que o Sócrates mete na cama! Preocupo-me mais em saber quem é que ele mete no governo!
Hoje, a sala de convívio do Forte quase veio abaixo com os festejos após a vitória da selecção das quinas sobre o Irão, nação do designado eixo do mal. Para além da passagem aos oitavos de final do Mundial 2006, acrescenta-se uma exibição consistente da equipa.
Esperamos uma nova vitória frente ao México para também poder auxiliar a selecção de Angola na caminhada rumo à fase final da competição. Os palancas negras são meio toscos mas simpáticos... :)
A força da lusofonia também se faz sentir nos domínios do futebol!
Parece que o Tony-Duque do Mucifal já está de olho no guarda-redes angolano João Ricardo, após a excelente actuação de ontem. Tudo indica que ele irá ser um dos novos reforços do Atlético do Condado na próxima temporada.
16 junho, 2006
Vamos de mal a pior

Se no texto anterior, esbocei um tímido aplauso a José Sócrates, desta feita tenho que lhe dar um valente puxão de orelhas.
O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante em Portugal em 2005, foi o oitavo mais baixo da União Europeia, com 71% da média comunitária. O país desceu uma posição no ranking.
O Luxemburgo lidera a lista, com um PIB por habitante de 248% da média europeia. Portugal surge na segunda metade da tabela, na 18ª posição, atrás de países como República Checa, Eslovénia, Grécia e Chipre. Os nossos vizinhos espanhóis colocam-se em 13º lugar e têm o seu PIB em paridades de poder de compra colado à média da UE com 99%.
Será que Portugal está definitivamente condenado a militar na II divisão europeia? Em 2004 era o 17º país da lista e neste momento fica apenas á frente de sete dos dez novos Estados-membros. É caso para dizer que o decurso normal das coisas é a evolução mas em Portugal parece que tudo funciona ao contrário. Sintomático...e com tendência a piorar.
Temos ainda um Estado devorador de dinheiros públicos e o tecido económico do país centra-se quase por exclusivo em serviços vagos. Já repararam a quantidade de consultores disto e daquilo que surgiram nas últimas décadas?
O tecido industrial desmorona lentamente e mesmo as grandes multinacionais já não vislumbram mais valias na instalação de fábricas em Portugal. Veja-se o caso da fábrica que a Opel pretende encerrar na Azambuja. Não tarda muito para que o nosso país se tranforme na colónia balnear da Europa mais endinheirada.
Das duas uma...arregaçar as mangas e trabalhar muito para que Portugal largue de vez esta letargia ou então fugir do país enquanto é tempo. Eu gostaria que a primeira hipótese fosse a mais viável.
Sócrates, o Africano

O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou hoje um novo adiamento da segunda cimeira UE/África, em Lisboa, um encontro que avalia da "maior importância" para abordar o tema "urgente e problemático" da migração.
A primeira cimeira UE/África decorreu no Cairo, em 2000, durante a segunda presidência portuguesa da União Europeia, mas a realização de um outro encontro foi impossibilitado devido ás sanções impostas ao Zimbabwé com o Reino Unido a opor-se à deslocação do presidente daquele país, Robert Mugabe, à Europa. Relembre-se que Mugabe foi o grande responsável pelo fracasso de um país que até finais dos anos 90 era apontado como um caso de sucesso no continente negro.
Para José Sócrates, há uma "vontade nova por parte dos países africanos em controlar os fluxos migratórios e suas fronteiras disponiblizando-se a cooperar com a Europa nesse sentido".
Parece que desta vez o primeiro-ministro entendeu uma das grandes funções de destaque que Portugal pode protagonizar no seio da Europa. Desde sempre defendi que Portugal, devido ao seu passado histórico, tem a oportunidade de ser tornar o principal elo de ligação de África e Mercosul com a Europa.Temos que nos livrar de uma vez por todas dos nossos complexos coloniais e explorar essa vertente geoestratégica. O desenvolvimento dos países africanos é fulcral nos dias de hoje porque criando-se um nível de estabilidade razoável nessas regiões, o ímpeto migratório não será tão grande em direcção à Europa e mais tarde ou mais cedo acabarão por se abrir novos mercados nesses territórios.
Só tenho esperança que esta cimeira não seja uma vez mais recheada de discursos de circunstância e que se acabe de vez com a exploração predatória dos recursos naturais africanos por parte das grandes potências. Vamos ter esperança na reabilitação deste continente cheio de potencialidades.
15 junho, 2006
Cartoon
Apontamento Literário
Crónicas do Benim: José de Almansor; Editora: Rei dos Livros
Obra escrita pelo Padre José Maria Cardoso que narra a sua vivência no Benim como missionário católico. O livro encontra-se dividido em duas partes. A primeira parte são as crónicas propriamente ditas, um mosaico de pequenas histórias deste cantinho em África. No final do livro encontramos vários poemas do autor onde as saudades da pátria e o quotidiano africano são uma constante.
São estes textos, antes de mais, um testemunho de vida de uma lógica simples que não é a nossa que vivemos uma vida urbana e impregnada de tecnologia. São testemunhos do que é evangelizar em países distantes, da coragem de deixar o conforto da terra natal e partir para longe onde o clima, as gentes e os lugares nada se assemelham aos nossos.
O Vice-Rei de Ajudá: Bruce Chatwin; Editora: Quetzal
Da autoria do escritor-viajante Bruce Chatwin, o livro oferece-nos uma biografia ficcionada de Francisco Félix de Souza, o branco brasileiro traficante de escravos. Esta personagem chegou ao Daomé em 1812 e estabeleceu a sua base no forte português de Ajudá, a partir do qual alimentou minas e plantações no Brasil com mão-de-obra escrava.
No século XIX o reino do Daomé era uma espécie de Esparta negra temida pela ferocidade dos seus soldados e cujos reis tinham cicatrizes de garras nas têmporas. Abomey era o nome da capital e Ouidah (Ajudá para os portugueses) era o seu porto negreiro onde trocavam os seus cativos de guerra por búzios, tabaco, aguardente e armas de fogo.
Francisco de Souza manteve durante anos um pacto de sangue com o rei local, de auxílio mútuo e que lhe permitia o monopólio no comércio de escravos. Na década de 1830 era o homem mais rico da África Ocidental e principal alvo dos abolicionistas ingleses. Morreu na ruína.
Existe ainda um filme inpirado na vida de Francisco de Souza. Cobra Verde da autoria do alemão Werner Herzog. Foi produzido em 1987 e conta com o carismático Klaus Kinski no elenco. Não é um dos seus melhores filmes, mas ainda assim merece alguma atenção.
14 junho, 2006
Como diria o Vitor Espadinha: "Recordar é viver..."
E ainda dizem que a extrema-direita é intolerante...

"Não vou excluir um nacionalista só porque usa suásticas".
Pinto Coelho, líder do Partido Nacional Renovador, Visão, 14-6-06
V Império

No princípio parecia um projecto algo disparatado, a abertura de um clube de strip-tease - V Império - numa pequena cidade no litoral do Benim mas hoje revela-se uma aposta ganha pelo Visconde de Cunhaú, seu proprietário.
A boite tem atraído um largo número de turistas estrangeiros em busca de emoções fortes e alguns residentes no Condado devido ás poucas alternativas de diversão nocturna no território. Os mais noctívagos normalmente têm que se contentar com a sala de convívio do Forte ou algumas festas esporádicas realizadas na praia.
No entanto, o V Império tem sido cenário dos principais enredos de espionagem que têm ocorrido no Condado. Para além dos agentes do SIS enviados pela república socialista que teme esta pequena nação de expatriados, também passam por lá agentes secretos da poderosa CIA norte americana, da Mossad e britânicos do MI6. Mas a curiosidade suscitada por este pequeno estado utópico no cenário mundial tem sido tão grande que nos últimos dias têm sido também detectados espiões de países obscuros como Albânia, Coreia do Norte e Cuba. Até a própria República do Benim parece mostrar sinais de inquietação face ás movimentações lusitanas no Forte...
O Visconde começa a ter alguma dificuldade na coordenação do Serviço de Inteligência do Condado que também está a seu cargo e tem-se socorrido grandemente do auxílio de Nadia (na foto), agente importada da Roménia que actua sob o disfarce de stripper. Nadia tem-se revelado arrasadora em acções de contra-espionagem e na obtenção de informações sobre os objectivos dos espiões forasteiros. Vá-se lá adivinhar porquê! :)
P.S. - Não entendeu o texto? É favor consultar o texto inicial do blog!
13 junho, 2006
A História do Forte

As costas da Mina e da Guiné foram percorridas por navegadores portugueses desde o século XV, que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos africanos. É desse período que data a ascensão do antigo Reino do Daomé e a importância de sua capital Ouidah.
Ao final do século XVIII, o rei D.Pedro II de Portugal determinou ao Governador de S.Tomé e Princípe, Jacinto Figueiredo Abreu, erguer uma fortificação na povoação de Ouidah para proteger o embarque de escravos. Posteriormente abandonado em data incerta, foi sucedido entre 1721 e 1730 por uma nova estrutura, com as obras a cargo do comerciante brasileiro de escravos José Torres. Sob a invocação de S. João Baptista, a construção do forte de Ouidah (Ajudá) foi financiada por capitais levantados pelos comerciantes da Bahia.
Concluído, funcionou como centro comercial para a região trocando tabaco, búzios e aguardente por escravos.
O Daomé tornou-se uma colónia francesa a partir de 1892 mas o forte de Ajudá manteve-se sob domínio português. A independência chegou a 1 de Agosto de 1960, quando se transformou em República do Benim. No ano seguinte, tropas do Benim invadiram Ouidah. Sem condições para oferecer resistência, o governo de Salazar ordenou ao último residente do forte que o incendiasse antes de o abandonar. A anexação apenas foi reconhecida por Portugal em 1985.
Passados alguns anos eis que o Condado aqui se estabelece.
O Indesejado

Hoje foram afixados estes cartazes no Forte e suas imediações. Nós por cá não gostamos mesmo nada deste senhor que é líder do partido de todas as minorias. Algumas delas nem nos importávamos que se tornassem espécies em via de extinção!
Pois ele que não ponha os pés em terras do Benim senão...
12 junho, 2006

http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1260668
Eu e o Mário Machado achamos muito bem! (Ele já-mo disse quando me telefonou desde uma espingardaria em Düsseldorf). Isto de não saber a letra do hino republicano que foi feita por dois monárquicos, onde se exaltam os portugueses a lutarem contra os nossos mais longevos aliados é revoltante! Além de nunca ter lido a Teolinda Gersão! Ou de nunca ter visto os quadros do Mário Botas! Ou o cinema do João Mário Grilo! Ou uma peça do Sequeira e Costa! Ou lido um ensaio do Orlando Vitorino! Ou as vinhetas do Dinis Connefrey! Ou ido a uma exposição do Jorge Mölder! Ou às pontes do Souto Moura! Ou a dramaturgia do Jorge Silva Melo! Ou as coreografias da Vera Mantero!!!
Mas mais: aqui no Forte de S. João Baptista do Ajudá só reconhecemos a nacionalidade portuguesa, enquanto cidadão de Portugal, e não a cidadania da República Portuguesa, a quem tiver lido (e compreendido) "Os Passos em Volta", "O Labirinto da Saudade", a série "O Corvo" e também "António, um rapaz de Lisboa". Convém ter visto o "Vale Abrãao" ou ido à Casa de Chá de Matosinhos. Frequentar a Culturgest, o Teatro Nacional, o São Carlos e o Gulherme Cossoul são também requisitos para o mesmo fio (estranho, quando perguntei ao Machado se ele estava de acordo com isto ouvi um grunhido e depois a chamada caiu...).
Uma das perguntas mais temidas pelos nossos examinandos é precisamente a seguinte:
- A que música pertencem as seguintes estrofes:
"Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu Céu!
Brade a Europa à terra inteira;
Portugal não pereceu.
Beija o solo teu jucundo,
O Oceano, a rugir de amor,
E teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte."
A ver quem sabe...
Mas, por outro lado, quando se desfralda no Forte a bandeira de Portugal (a azul e branca, claro está!) isto é o que se ouve entre o chilrear da passarada e a vozearra autóctone:
http://www.theroyalhouseofportugal.org/media/sounds/himna.mp3
"Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo,
Ama a tua Religião
Observa e guarda sempre
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Ó com quanto desafogo
Na comum agitação
Dá vigor às almas todas
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição
Venturosos nós seremos
Em perfeita união
Tendo sempre em vista todos
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição"
A verdade não se ofusca
O Rei não se engana, não,
Proclamemos Portugueses
Divinal Constituição
(Coro)
Viva, viva, viva ó Rei
Viva a Santa Religião
Vivam Lusos valorosos
A feliz Constituição
A feliz Constituição"
Agora percebi por que é que se chamam Países Baixos...

Holanda, esse colosso da civilização ocidental, esse hino à liberdade e tolerância, esse magma de culturas e misturas, fascina-nos com mais uma vanguardista ideia. Desta feita foi a criação do primeiro partido que defende aberta e claramente a pedofília (bom, honrosa excepção às práticas comuns em qualquer ditadura africana ao pé de si...). Portugal, como sempre, quedar-se-á vergonhosamente na cauda do p´ogresso ocidental... E logo nós, que nisto da pedofília tínhamos tanto para dar ao mundo... Logo nós, que até já tivemos um presidente da República pedófilo e que temos aqui uma elite pronta a amar e dar guarida às crianças desvalidas (e uma vez dignamente absolvidos, amnistiados ou indultados pelo poder judicial e político)...
Ah, Desiderius Erasmus, se pudesses ver o quão liberais são hoje em dia os teus compatriotas...
«Educar as crianças significa também acostumá-las ao sexo», diz Ad van den Berg, o pedófilo do NVD. O primeiro partido declaradamente pedófilo foi criado hoje na Holanda, o NVD (Amor ao próximo, Liberdade e Diversidade), o qual tem como objectivo permitir a pornografia infantil e as relações sexuais entre adultos e crianças. «Educar as crianças significa também acostumá-las ao sexo. Proibir deixa as crianças mais curiosas», afirmou Ad van den Berg, 62, fundador do partido, em entrevista ao jornal holandês Algemeen Dagblad. Van den Berg considerou que a imagem dos pedófilos foi desonrada pelo escândalo do assassino de crianças belga Marc Dutroux, mas destacou que a criação deste partido político pode inverter aquele quadro. Além da pornografia infantil, o programa do NVD propõe a extinção do Senado e das funções do primeiro-ministro, a legalização de todas as drogas, leves e pesadas, e a prisão perpétua para assassinos reincidentes. No respectivo site na Internet, o partido afirma que qualquer pessoa que tiver completado 16 anos deveria poder interpretar filmes pornográficos e que a maioridade sexual deveria ser diminuída para os 12 anos.
in Diário Digital
Bar do Duque

Hoje fazemos aqui a apresentação do Bar do Duque localizado na praia defronte do Forte de S.João Baptista de Ajudá. É propriedade de Tony - Duque do Mucifal, que decidiu aplicar aqui as suas economias e conhecimentos no sector turístico.
Durante a semana atende uma crescente demanda de turistas estrangeiros e já é célebre a sua happy-hour ao final do dia que serve como ponto de encontro dos residentes no Condado após os seus trabalhos comunitários no forte.
No entanto, é no fim de semana que se verifica um maior movimento numa interessante amálgama de estrangeiros, habitantes do Condado e nativos locais. Nestes dias é frequente ver por lá o Conde de Piornos que também ganha uns trocados com a venda de bizarras t-shirts turísticas. Consta que a figura do seu ódio de estimação, Eduardo Prado Coelho está estampada em muitas delas!
De vez em quando o Duque encerra o bar devido a súbitas náuseas provocadas pela sua inadaptação aos calores tropicais. Contudo, os momentos mais divertidos ocorrem quando o vemos no areal da praia a gritar e esbracejar com turistas visívelmente alcoolizados, que teimam em se afastar no mar com as gaivotas a pedal que o Duque também aluga no seu estabelecimento.
10 junho, 2006
A (de)Scolarização exemplar

Por outro lado, o grémio português alinhava com um onze de sonho. Na baliza pontuava Francisco “o General” da Costa Gomes, conhecido por ter alinhado em todos os emblemas nacionais de maior nomeada. Na direita alinhava José Manuel “o menino rabino” Tengarrinha e na asa esquerda o duríssimo Rosa “Luxemburgo” Coutinho. Os centrais eram Palma “luar de Inverno” Inácio e Carlos “o chinês” Antunes. Mas era do meio campo para a frente que a nossa seleção era realmente mortífera. O trinco era António “casa-grande” Almeida Santos, o homem que destruía o jogo adversário como se em vez dele jogasse um exército de escravos. Na ala direita jogava o homem com a carreira mais duradoura em Portugal, Mário “pisa-bandeiras” Soares, conhecido pelos seus raides mortíferos da esquerda para a direita e da direita para a esquerda conforme o fluxo de jogo. Na extrema-esquerda actuava Vasco “louco enraivecido” Gonçalves, perpetuado na história pelo tipo de jogo que o caracterizava “o gonçalvismo” que (felizmente) nunca ninguém logrou repetir. O armador era Melo “o estratega” Antunes, conhecido pela sua infalível leitura de jogo. Na frente de ataque pontuavam Otelo “o bombista” Saraiva de Carvalho, conhecido por pôr em polvorosa as defesas adversárias e o magnânime Álvaro “bloco de gelo” Cunhal, assim chamado pela frieza e teimosia com que tomava as suas posições ofensivas.
O jogo saldou-se num resultado nuca antes visto. Ambas as equipas perderam. Não obstante, os jogadores das duas equipas reclamaram uma vitória “exemplar” (sic). A equipa portuguesa entrou em progressivo colapso após este jogo de má memória. A maior parte dos atletas foi progressivamente abandonando a competição, e a disputa desse malogrado dia 15 de Janeiro pairou sobre as suas cabeças como uma maldição. O onze de Angola envolveu-se em sangrentas disputas internas que nunca foram sanadas, especialmente entre o eixo Savimbi-Roberto-Dos Santos.
Hoje, o onze de Scolari tem a oportunidade de dar a volta ao resultado mais negativo do palmarés de Portugal. A nossa selecção tem de deixar este legado para trás, de uma vez por todas, sob pena de nunca se fazer devidamente a catarse da contenda algarvia. É necessário uma Scolarização exemplar...
Um pequeno filme para reflectirem...
Celebrações do Dia de Portugal no Condado

Hoje o Condado vive um dia de festa! Celebra-se o Dia de Portugal neste território longínquo onde se pretende reinventar uma Nação perdida.
De manhã foram proferidos discursos por todos os elementos do núcleo fundador seguidos de várias demonstrações da milícia local. Mais tarde foi servida uma grandiosa almoçarada e prevê-se que as festividades se prolongarão pela noite dentro. Está agendada a actuação da banda Heróis do Mar que se voltou a reunir propositadamente para este evento.
Deixem o Mário Machado viajar!

Mário Machado, líder dos ideias-rapadas portugueses tem um sonho (sim, porque sonhar não exige um raciocínio esforçado, é um acto inconsciente!): Mário Machado quer viajar à Alemanha!
Contudo, as autoridades portuguesas querem impedir a sua deslocação à terra que viu nascer Fichte, Goethe e Littbarsky!
Está mal! Depois acusam a extrema-direita portuguesa de ser ignorante!
Quer um gajo instruir-se, viajar, conhecer outras terras, outras culturas e depois é a PSP que não deixa! ´Tá mal!
Por isso, daqui do Benim lançamos um repto às autoridades portuguesas, até porque esta medida mais parece própria de um Estado fascista:
O Mário Machado quer viajar?!
Deixem viajar o Mário Machado!
Deixem que o Mário Machado se mescle em plena multiculturalidade!
Deixem o Mário Machado dar novos murr..., perdão novos mundos aos pret..., aos mundos!
Deixem o Mário Machado ir, que ele quer comprar uma nova besta em Stuttgart, aquela feita em madeira de Sândalo que ele viu na Internet!
Assim teremos uma extrema-direita, sim! Mas viajada! Conhecedora! Cosmopolita!
Deixem viajar o Mário Machado!
Ou melhor, exportem-no! E como bónus exportem também o Silva Resende!
O menino da lágrima

Toda a gente se lembra daquele cartaz que surgiu pouco tempo depois do 25 de Abril, onde uma criança loira de cabelos encaracolados e todo esfarrapado punha, em bicos de pés, um cravo vermelho no cano de uma G3. A criança fotografada nesse "instantâneo", sabemos hoje, era o pequeno Diogo Bandeira Freire, que, como o nome indica é filho do Pedro Bandeira Freire...
Conta-se que o PCUS enviou imediatamente uns delegados a Portugal para que estes pudessem assistir "desligadamente" ao decorrer da nossa revolução. Uma vez confrontados com a näif imagem do célebre cartaz quiseram logo saber quem era a "pobre" criança que aparecia em trajes amarfanhadamente proletários. Ora acontece que já naquela altura o bom do Bandeira Freire era tudo menos um proletário. De facto, ele era o proprietário dos cinemas Quarteto e o seu modus vivendi e o do seu filho, por natural acréscimo, não era propriamente o de um operário da SeteNave residente no Barreiro...
Para não chocar os delicados corações dos soviéticos (já lá dizia o outro que os desafinados também têm coração...), os émulos portugueses tiveram que encobrir o berço burguês do pequeno Diogo. Até hoje há-de haver meia dúzia de tipos no coração da Sibéria que hão-de ter dependurado na parede da sala das suas "datchas" este cartaz para toda a família vislumbrar o carácter operário da revolução portuguesa...
Mas hoje, dia 10 de Junho de 2006, o Presidente da República Portuguesa encontrou-se com Diogo Bandeira Freire, hoje com 35 anos. E o menino esfarrapado e descalço há 17 anos foi estudar para Londres onde ainda vive e onde é director financeiro de uma empresa de distribuição (será de cartazes publicitários? De "matrioshkas"?). Há cinco anos, quando acabou o curso, quis regressar, mas não tinha emprego e por lá continuou até ser contactado recentemente pela Presidência da República para estar presente nas comemorações do Dia de Portugal.
Afirma o nosso Diogo que nunca votou, nem em Portugal, nem em Inglaterra, porém afirma que disso se envergonha (porquê Diogo, se a revolução nem sequer era para ser democrática?).
Mas o pobre Diogo diz que "a minha ideia não é ser só o menino do cravo, mas um português que vive no estrangeiro e que pode contribuir para o seu país". Palavras que vão, aliás, ao encontro daquilo que afirma o Presidente Aníbal (o (h)uno): que o dia 10 de Junho é também o dia da diáspora, e que não sei quê e que não sei que mais...
Pois sim, Aníbal! Ora daqui da diáspora no Daomé de onde nos vês, um grande manguito para ti e para todos os Bandeiras Freires que por aí grassem...
Para mais informação: http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=10&uid=&id=83500&sid=9078
O lugar do cão no Protocolo de Estado
Com toda esta azáfama resta saber onde se porá a malga para o cão, uma vez consagrado o dia nacional do canino.
Jerónimo!!! Ou o grito do último moicano
Jerónimo de Sousa, "Expresso", 10-06-06
09 junho, 2006
As Personagens

Eis as personagens que deram início a um Estado utópico nas míticas terras africanas...
Ferreira Martins, Conde de Piornos - Altamente desgastado por um longo período de tempo de convivência com nuestros hermanos é nomeado Governador do território por unanimidade devido ao seu brilhantismo académico e dotes de oratória. Para além das suas altas responsabilidades no estado, tenta estabelecer juntamente com Maria - Duquesa da Geira, uma escola para o ensino da bela língua de Camões para os nativos que teimam em não entender a utilidade de tais ensinamentos.
Tony, Duque do Mucifal - Ocupa o cargo de Vice-Governador do território. Não tem sido fácil a sua adaptação aos climas tropicais e são frequentes as suas náuseas. Decide aproveitar a sua experiência acumulada na área do turismo e abre um bar na praia defronte do forte que possui ainda algumas gaivotas para aluguer. A demanda turística em terras do Benim era crescente face à curiosidade que o Condado suscitava nas mentes mais irrequietas. Nas suas poucas horas vagas, tem ainda tempo para ser treinador do Atlético do Condado que mantém um diferendo com as autoridades da FIFA por se querer tornar o primeiro clube africano a disputar as provas da UEFA.
Maria, Duquesa da Geira - Já completamente saturada da sua vida nos meios diplomáticos e da pasmaceira geral que se tinha instalado em Portugal, decide abraçar esta nova epopeia na sua vida. Dotada de um grande entusiasmo, funda juntamente com o Conde de Piornos uma escola para o ensino do português à população local que se mostra ainda algo desconfiada em relação a estes novos habitantes. Torna-se também a grande responsável pelo departamento de comunicação e propaganda do Condado que se reveste de importância vital na divulgação da utopia, de um Portugal reinventado. Tem ainda um tempinho para cuidar da livraria que abriu no recinto do forte que parece não ter muitos clientes...
Pedro Ferreira, Visconde de Cunhaú - Após um período de exílio no Nordeste do Brasil decide aceitar o repto de seus amigos para construir uma nação alternativa que se conseguisse eximir da futilidade e desinteresse da república socialista que se tinha instalado em Portugal. Na sua estadia no Brasil, tinha-se acentuado a sua vertente noctívaga e desde logo prescinde de grandes cargos devido à sua natural aversão em acordar cedo. Perto do forte, abre o V Império, um clube de strip-tease onde figuravam as mais belas dançarinas exóticas dos quatro cantos do globo. No entanto, a boite serve apenas como disfarce para as suas reais funções no Condado. É nomeado director do Serviço de Inteligência do Condado (SIC) que se tinha especializado em actividades de contra-espionagem contra diversos agentes do SIS que visitavam o território a mando da república socialista que pretendia obter o maior número de informações possíveis sobre as maravilhas desse Estado imaginário.
Procuram-se novos habitantes para este território imaginário. Junta-te a nós!