27 setembro, 2006

 

Portugal e o Turismo

Temos hoje, e pela segunda vez no espaço deste blog, um texto de "outsourcing" que nos foi fornecido pelo nosso amigo e colega destas lides LoiS e que se refere a uma efeméride que se celebra hoje, deixamos-lhe a palavra e o nosso agradecimento.

Hoje comemora-se o dia mundial do turismo ( 27 de Setembro ), é propício então falar do Turismo no meu país - Portugal :

Foi recentemente apresentada a Conta Satélite do Turismo de Portugal, que se trata de um instrumento estatístico fundamental para a medição rigorosa do peso do Turismo na economia nacional e o perfil de cada um dos aspectos deste sector estratégico para o nosso desenvolvimento. Na apresentação foram referidos os primeiros valores, os já trabalhados, ficando os resultados mais actuais e recentes para um futuro próximo.

Assim, oficialmente já temos uma base para falarmos naquilo que em conversas ia sendo referido já à algum tempo - na altura tendo como fonte diferentes origens de valores – nomeadamente, que a despesa em consumo turístico aproximou-se dos 10% (9,83%) do PIB nacional, no período que mediou entre 2000 e 2002.

Por exemplo, outro indicador aferido de extrema importância, foi o de que entre 2000 e 2001 a taxa de crescimento do emprego no Turismo foi de 2,6%, enquanto que no total da economia apenas foi de 1,8%. O sector confirma-se, assim, como um dinâmico gerador de emprego.

A Conta Satélite do Turismo é a segunda de que Portugal dispõe, logo após à da saúde, e está prevista no PENT (Plano Estratégico Nacional do Turismo).

Introduzi aqui o PENT propositadamente para Vos referir quais são os objectivos futuros para Portugal como destino turístico, assim, este Plano Estratégico Nacional para o Turismo, que tem como meta o ano 2015, pretende ser a base estratégica do desenvolvimento do sector, tem como objectivo último fazer com que o Turismo venha a contribuir ainda mais para o PIB nacional.

O PENT, entre outros assuntos que aqui não referirei, definiu com prioridades o desenvolvimento de novos pólos de atracção turística, designadamente o Alqueva, Litoral Alentejano, Oeste, Douro, Serra da Estrela, Porto Santo e Açores. Tendo em conta as necessidades da procura, as linhas orientadoras do plano teve em atenção as grandes tendências mundiais em termos de consumo, apostando em 10 produtos estratégicos para o país na próxima década: gastronomia e vinho; touring cultural e paisagístico; saúde e bem-estar; turismo de natureza; MICE; turismo residencial; city e short breaks; golfe, turismo náutico e sol&mar.

Um país que “perdeu” a Indústria; a Agricultura; as Pescas, não pode de forma alguma “perder” este sector tão importante e estratégico em que ainda é competitivo. Ainda para mais, com a importância que agora oficialmente os números lhe atribuem.

Poderão os meus amigos pensar que aos países menos desenvolvidos, como é o nosso caso, apenas e só lhes resta o Turismo. Que servem bem de museus do passado; dos folclores; da natureza “virgem”; de reduto para descanso dos povos dos países mais desenvolvidos.

Não esqueçamos porém é o enorme efeito multiplicador que o Turismo induz na generalidade das restantes actividades económicas e que a sua transversalidade potencia o renascimento/crescimento das economias.

Cumprimentos a todos
LoiS

Comments:
Cumprimentos a todos. Não sabia que o nosso blogamigo LoiS (ou devo chamar-lhe Barão?) era tão entendido em Turismo. Concordo que não devemos também perder esse sector estratégico que pode, inclusivé, potencializar outros sectores. Parabéns em especial ao LoiS pelo texto e também ao Condado por dar oportunidade a outros de expor os seus pontos de vista. Continuem e vénias para todos!
 
Minha cara Jade,

Sempre que quiser expôr as suas ideias dentro do nosso espaço, saiba que será sempre recebida de braços abertos.

Um vénia para si também
 
Este ano, o Turismo sorriu ao nosso País. Contudo, não estejamos já todos a parabenizar porque, este ano, a ameaça do Terrorismo afastou os turistas de destinos concorrentes.E ainda ontem o responsável da Org. Mundial de Turismo se mostrava "chocado" com a evolução da construção no Algarve. Há que reflectir! Que turismo queremos para o nosso País? Após definir isso, já saberemos o perfil de quem nos visitará!
 
Tal como no caspo português, também creio que o turismo será um dos sectores que ajudará a reconstruir o meu país - Angola.
 
Fundamos desta forma os "Estados Gerais" do Condado. Primeiro falámos da Educação e desta vez demos lugar ao Turismo. Gratos pelas colaborações externas, decidimos atribuir o título de Barão de Almodôvar ao nosso amigo Lois e, o de Baronesa da Murtosa à simpática Jade, assim como salvos-condutos para entrarem no Forte quando desejarem.
 
Jade Baranesa, daqui o Barão (lol). Ficas a saber que por estas paragens temos título e somos ainda mais próximos(lol)
Mas da Murtosa a Almodôvar não vai uma distância tremenda ???? Raios ... é que nem com um cavalo com ferraduras novas conseguirei ver-te, uma enorme distância nos separa, impossível !

Fiquemos então com o Platão para nos classificar! será que exemplifica bem?

--

Turismo:

Sector gerador de receitas, uma indústria democrática e da paz ! Não precisamos do senhor da OMT para nos dizer o que já sabemos, uma questão coloco, não deverá o Turismo ser acessível a todos ? Ou apenas e só para pessoas ricas !
Esse senhor adora os resorts de luxo e o golf para elites !!!!

Voltaremos ao assunto em breve ;)
 
Condado,
Grata pela vossa amabilidade e sinto-me honrada pelo título atribuído. Já comentei com o Visconde no meu blog que a Murtosa pertence ao distrito da minha cidade. Coincidência ou não?
Vénias para todos!
 
Lois: Ora aqui está uma bela problemática. Eu creio que os produtos tur´siticos actualmente se dividem em duas subcategorias. Pacotes para destinos tropicais comercializados a preços populares. Bons para quem gosta de turismo tipo excursionista, com horários pré-determinados e tendo como parceiros empreiteiros da margem sul.
Por outro lado, existe o turismo dos resorts de luxo, golfe, turismo náutico e até algumas unidades do Turismo de Habitação que são claramente vocacionados para pessoas com rendimentos que não são deste mundo.
Depois poderia ainda falar duma outra categoria de turismo que não tem muitos adeptos em Portugal. O chamado turismo "backpacker", popularmente designado de pé descalço também já é exclusivo dos filhos da burguesia. Qual é a pessoa normal que pode andar a viajar 6 meses ou até um ano pelo mundo? E olhem que já me cruzei com alguns nas minhas viagens...
 
Parabéns ao Caro LoiS pelo "post" e gostaria de sublinhar um ponto pelo Autor abordado: Não deve haver pudor em assumir a opção turística por qualquer estigma de subdesenvolvimento colável. Onde estariam então a Espanha e a Itália, por exemplo?
Abraços a Todos.
 
a questão do package tem a ver com o preço,obviamente. Mas cada vez mais as pessoas querem ser guiadas. Não estão para explorar este ou aquele canto do Mundo. Tudo que fuja às propostas das revistas ditas sociais deixa de ser considerado por esse tipo de turista. Repara numa coisa Visconde. O Brasil é um País Enorme. Na Bolsa de Turismo de Lisboa, só promovem o Nordeste. Quando estive na Feira de Turismo de Espanah, o Brasil tinha o dobro do espaço comercial que tem em Lisboa e apresenta outro tipo de produtos.
Aqui é Fortaleza, passe a redundância, em Força!
 
Convém não esquecer aqui, uma questão de sobremaneira delicada que está relacionada com o turismo sexual. Qualquer destino emergente faz despertar este hediondo fenómeno e Portugal não está imune. Veja-se o que aconteceu durante o Euro 2004, em que pululavam em Lisboa "garotas de programa" vindas de todas as partes...
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?