11 setembro, 2006
“Meanwhile in Gotham City...”

O líder iraniano, Mahmoud Ahmadineyad, deu há poucos dias, quando no seu país se celebrava o Dia da Juventude, mais provas do seu célebre ecumenismo e tolerância para com o forâneo. Numa reunião que celebrou com um selecto grupo de estudantes universitários Ahmadineyad pediu para que estes denunciassem os professores laicos que não dessem boas notas aos que não pensassem como eles (as palavras são as que aparecem transcritas no diário ABC e atribuídas ao líder iraniano). Segundo Ahmadineyad, o Estado deverá repudiar o pensamento e a economia liberal. Para tal, o governo iraniano já começou a tomar algumas medias, medidas essas ainda insuficientes porque, nas palavras do próprio Ahmadineyad, o sistema iraniano “arrasta os defeitos de 150 anos de secularismo”.
Além disso, o líder iraniano advertiu os estudantes para os perigos das conferências no estrangeiro, que só serviriam para contaminar os universitários com as nefastas ideias ocidentais. Todavia, nos quinze meses que leva o governo de Ahmadineyad, foram retiradas as licenças a dezenas de professores e 40 foram reformados antecipadamente por causa das suas “simpatias” reformistas. Pela primeira vez um clérigo foi nomeado como máximo responsável da universidade mais importante do país. Entretanto, o movimento estudantil permanece anulado. Segundo o FMI, cada ano 150 mil estudantes saem do país para fugir do desemprego e dos salários baixos que Teerão tem para lhes oferecer.
Os reformistas queixam-se das complicações progressivas que existem hoje em dia para editar um livro e afirmam que há centenas que estão à espera da respectiva licença de edição e outros aos quais falta a licença de distribuição.
Ao que parece o revivalismo da revolução islâmica de 79 continua...
Comments:
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Meu Caro Conde:
Cada vez mais: o facto de o Presidente não ser clérigo fá-lo querer ultrapassar em aspirações ao domínio absoluto eclesial os próprios ayatollahs.
Abraço.
Cada vez mais: o facto de o Presidente não ser clérigo fá-lo querer ultrapassar em aspirações ao domínio absoluto eclesial os próprios ayatollahs.
Abraço.
Caro Conde: todos os regimes totalitários apresentam estas características. Basta pensar em Sakharov ou Einstein e nos percursos tidos por cada um deles. A questão de fundo aqui não é a natureza do regime, mas a que se prende com a do seu alinhamento e o grau de tolerância dos outros actores geopolíticos, cada um com as suas próprias razões próprias, talvez ligadas a variantes do neo-colonialismo.
Saudações.
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Saudações.
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