11 setembro, 2006
Fahrenheit 9/11

No dia 11 de Setembro de 2001, a população norte-americana vê o seu orgulho patriótico fortemente abalado pelos ataques terroristas ocorridos em Nova Iorque. Este terrível episódio, veio marcar uma viragem na actual ordem mundial com repercussões profundas na vida das sociedades modernas. A economia mundial retraiu-se, surge a cultura do medo e a noção de privacidade adquire novos contornos.
A Europa acossada pelo medo, uniu-se aos EUA numa cruzada contra o terrorismo islâmico, dando origem a uma espécie de guerra colonial dos tempos modernos. Todo o século XX foi marcante por uma forte hegemonia americana no cenário mundial e, pela primeira vez surge um grande obstáculo à permanência desse status quo.
Estão decorridos cinco anos e o mundo ocidental não conseguiu travar a ameaça terrorista que se esconde nas sombras, infiltrando-se secretamente nos países ocidentais espalhando horror e destruição.
Esta semana, apresentamos no Condado um filme polémico. Farenheit 9/11 da autoria de Michael Moore é um filme documental que faz uma oposição frontal à política de George W.Bush e seu Partido Republicano, com muitas críticas aos conflitos armados que sucederam ao 11 de Setembro. No entanto, trata-se de um documento que perde bastante credibilidade porque a manipulação de imagens e o populismo são por demais evidentes.
È óbvio que algumas acusações poderão até ser válidas, mas não podemos acreditar que a actual classe dirigente dos EUA, seja constituída unicamente por políticos estúpidos e ignorantes que não sabem captar as mudanças em curso, como se quer fazer crer no filme. Moore, pelo seu estilo exagerado e demagógico acaba por se tornar uma figura caricatural que representa de modo primário, os interesses democratas sempre presentes na indústria do cinema norte-americano. Os momentos mais válidos deste filme, acabam por ser aqueles em que fica documentada a ignorância e falta de carisma de George W.Bush, o que também já não será novidade para ninguém.
De qualquer modo, este é um filme obrigatório, sintomático do mundo pós-11 de Setembro e que convém rever neste período em que as eleições norte-americanas se avizinham.
Não somos pró-americanos convictos e muito menos apologistas da guerra, mas em caso de dúvida, iremos sempre optar pelos valores ocidentais sob os quais fomos educados. E não se deixem iludir pela intelectualidade políticamente correcta que transformou Michael Moore no seu líder espiritual.
Título Original: Farenheit 9/11
País de Origem: EUA (2004)
Realização: Michael Moore
Comments:
<< Home
Condado, post bastante pertinente quando se assinalam 5 anos sobre a tragédia. Não vi o filme mas pelo que conheço do Michael Moore acredita que haja alguma demagogia. Prefiro os valores ocidentais porque neles fui educada mas faço sempre um esforço para tentar perceber o outro lado.
Uma vénia!
Uma vénia!
Amigos do Condado:
Moore falseia muito e é injustíssimo, quando, por exemplo assimila Bush(es) à partilha de cumplicidades com alguns aspectos sombrios da Arábia Saudita, quando nenhuma Administração mais do que esta chamou aquele aliado à pedra e pediu contas de subvenções perigosas que terá prestado.
E, que Diabo, apesar das tentativas, não se repetiu na América, até agora, um 11 de Setembro.
Abraços
Moore falseia muito e é injustíssimo, quando, por exemplo assimila Bush(es) à partilha de cumplicidades com alguns aspectos sombrios da Arábia Saudita, quando nenhuma Administração mais do que esta chamou aquele aliado à pedra e pediu contas de subvenções perigosas que terá prestado.
E, que Diabo, apesar das tentativas, não se repetiu na América, até agora, um 11 de Setembro.
Abraços
Vi esse filme documental, e gostei. É verdade que pode ser um pouco exagerado, mas é uma forma de nos levar a pensar, e a pôr em hipotese que por vezes nem tudo que nos dizem e mostram é a única verdade existente. Como se constuma dizer a moeda tem pelo menos duas faces, e a verdade também poderá ter, porque não?
Abraço.
Abraço.
Mais um texto a pedir um comentário 'adequado'. Vi o filme e, na altura do visionamento, gostei. Existe demagogia no filme, mas em parte (sublinho) tem a ver com o objectivo de acordar a consciência crítica dos americanos. Naturalmente, Moore fez muito dinheiro com o filme e agora vai ao restaurante acompanhado de guarda-costas (que mandam saír os clientes para que ele e os seus amigos fiquem à vontade). Quanto a exageros e injustiças tendo como centro a 'Administração Bush' (apoiada por pessoas e entidades que em certos estados eliminaram/querem eliminar dos manuais escolares a 'Teoria de Darwin'. Tendências babilónicas...), elas existem, mas a verdade é mais sombria do que o retratado no filme. Houve perguntas que ele não fez porque, segundo palavras do próprio, se as fizesse estaria a ser anti-americano. Em Setembro de 1939 quanta da opinião pública europeia acreditaria em algo como a divisão da Polónia? Este tipo de história tem barbas, é quase aborrecido.
Saudações.
Enviar um comentário
Saudações.
<< Home