21 agosto, 2006
Non, ou a Vã Glória de Mandar
Esta semana estamos de volta com a projecção de produções nacionais no Condado. Para a sessão de hoje, escolhemos um filme de Manoel de Oliveira, o cineasta português de maior projecção internacional.
Faço aqui a transcrição da ficha da película da Cinemateca Nacional, elaborada por João Bénard da Costa, que sintetiza da melhor forma o conteúdo deste filme marcante na obra de Manoel de Oliveira.
Baseado na história de Portugal, Non ou a Vã Glória de Mandar, recorda as batalhas travadas pelos portugueses desde o tempo de D. Afonso Henriques até à guerra colonial.
Há quem considere o filme demasiadamente filosófico, por causa das lições do Alferes Cabrita e as perguntas e comentários dos furrieis, dos cabos e dos soldados. Há quem interprete as mesmas palavras como sendo história de Portugal, o facto é que Oliveira desfaz estes mitos no final.
O filme é mais uma reflexão sobre a História de Portugal, do que propriamente história. É uma forma particular de ver alguns acontecimentos que mais marcaram Potugal, ligando a Batalha de Alcácer Quibir ao 25 de Abril. Na primeira morremos e na segunda morreu o Alferes Cabrita.
Non, ou a Vã Glória de Mandar recorre a magestosos cenários de batalha, com a reconstituição da batalha de Alcácer Quibir. Para além do enorme número de guerreiros a cavalo em cena há uma grande diversidade de adereços da época que cada soldado exibe. Uma outra cena idêntica mas como é óbvio com uma outra dimensão é a guerra colonial em África.
«VÃ é a glória de mandar. É a glória de mandar - essa de que paradoxalmente D. Sebastião se despede em Alcácer Quibir - é a glória que o narrador se propõe e cuja vanidade a cada momento Oliveira sublinha, destroçando a narrativa, através da singularissima "decoupage" de um dos seus filmes mais fragmentados. Só que o narrador é ele também uma personagem fragmentada e os seus três grandes fragmentos (como Viriato, como Ninguèm e como Alferes Cabrita) viveram dessa glória e para essa glória até descobrirem, nas chamas, nos destroços e no sangue, como essa glória era igualmente vã».*
* João Bénard da Costa - Ficha da Cinemateca Portuguesa, 8 de Março de 1991.
Título Original: Non, ou a Vã Glória de Mandar
País de Origem: Portugal/Espanha/França (1990)
Realização: Manoel de Oliveira
Elenco: Miguel Guilherme
Ruy de Carvalho
Luís Miguel Cintra
Leonor Silveira
Mateus Lorena
Luís Mascarenhas
Diogo Dória
Catarina Furtado...
Faço aqui a transcrição da ficha da película da Cinemateca Nacional, elaborada por João Bénard da Costa, que sintetiza da melhor forma o conteúdo deste filme marcante na obra de Manoel de Oliveira.
Baseado na história de Portugal, Non ou a Vã Glória de Mandar, recorda as batalhas travadas pelos portugueses desde o tempo de D. Afonso Henriques até à guerra colonial.
Há quem considere o filme demasiadamente filosófico, por causa das lições do Alferes Cabrita e as perguntas e comentários dos furrieis, dos cabos e dos soldados. Há quem interprete as mesmas palavras como sendo história de Portugal, o facto é que Oliveira desfaz estes mitos no final.
O filme é mais uma reflexão sobre a História de Portugal, do que propriamente história. É uma forma particular de ver alguns acontecimentos que mais marcaram Potugal, ligando a Batalha de Alcácer Quibir ao 25 de Abril. Na primeira morremos e na segunda morreu o Alferes Cabrita.
Non, ou a Vã Glória de Mandar recorre a magestosos cenários de batalha, com a reconstituição da batalha de Alcácer Quibir. Para além do enorme número de guerreiros a cavalo em cena há uma grande diversidade de adereços da época que cada soldado exibe. Uma outra cena idêntica mas como é óbvio com uma outra dimensão é a guerra colonial em África.
«VÃ é a glória de mandar. É a glória de mandar - essa de que paradoxalmente D. Sebastião se despede em Alcácer Quibir - é a glória que o narrador se propõe e cuja vanidade a cada momento Oliveira sublinha, destroçando a narrativa, através da singularissima "decoupage" de um dos seus filmes mais fragmentados. Só que o narrador é ele também uma personagem fragmentada e os seus três grandes fragmentos (como Viriato, como Ninguèm e como Alferes Cabrita) viveram dessa glória e para essa glória até descobrirem, nas chamas, nos destroços e no sangue, como essa glória era igualmente vã».*
* João Bénard da Costa - Ficha da Cinemateca Portuguesa, 8 de Março de 1991.
Título Original: Non, ou a Vã Glória de Mandar
País de Origem: Portugal/Espanha/França (1990)
Realização: Manoel de Oliveira
Elenco: Miguel Guilherme
Ruy de Carvalho
Luís Miguel Cintra
Leonor Silveira
Mateus Lorena
Luís Mascarenhas
Diogo Dória
Catarina Furtado...
Comments:
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Roubaste-me o primeiro filme que queria agendar para as sessões cinéfilas d´O Condado.
Excelente escolha em qualquer dos casos! A haver um filme da minha vida seria obviamente o "Non...".
Mesmo para quem não goste de Manoel de Oliveira! Mesmo para quem não goste da nossa história! Mesmo para quem não goste de Portugal...
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Excelente escolha em qualquer dos casos! A haver um filme da minha vida seria obviamente o "Non...".
Mesmo para quem não goste de Manoel de Oliveira! Mesmo para quem não goste da nossa história! Mesmo para quem não goste de Portugal...
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