18 julho, 2006
O nosso homem em Malabo

A VI Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP trouxe essencialmente uma grande novidade: com a mudança nos estatutos desta organização, passou-se a admitir no seu seio outros Estados não lusófonos e várias organizações internacionais. Ora bem, o resultado mais visível desta modificação foi a presença como membros observadores da Guiné Equatorial e ilha Maurícia.
A estratégia aparentemente é benéfica, tendo em conta o alargamento do espaço de influência do mundo lusófono. Acontece que a Guiné Equatorial (outrora, território pertencente a Portugal, que foi depois "doado" a Espanha em troca da ilha de Sacramento) desde Agosto de 1979 é uma ditadura sangrenta liderada pelo tenente coronel Obiang Nguema. (De facto, isto não é bem assim: antes de Nguema, Malabo já tinha sido palco duma outra sangrenta ditadura, a do tio do actual presidente, de seu nome Macías Nguema, que aquele afastou através de um familiar "coup d´état").
Será este o futuro do mundo lusófono? O de um crescente e progressivo círculo de ditadores e proto-ditadores (já não bastavam José Eduardo dos Santos e Nino Vieira, p. ex.), misturados com incompetentes ex-sindicalistas, estados em progressiva e acelerada desagregação e governos democráticos que, criticando os interesses mercantis e capitalistas de outras potências, se prestam, à primeira oportunidade, em reunir-se amistosamente e com isso dar cobertura e legitimidade internacional a déspotas sanguinários e corruptos?
PS: Ao que parece foram também designados os primeiros embaixadores da boa vontade da CPLP. Entre os nomes mais conhecidos destacam-se os antigos Chefes de Estado José Sarney (Brasil), Joaquim Chissano (Moçambique) e o "nosso" Jorge Sampaio. A função destes embaixadores será "contribuir para promover e reforçar a visibilidade da organização". Nada melhor para isso do que um ex-ditador e um inerte...
Comments:
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Temos de nos deixar de paternalismos neo-colonialistas e avançar para as oportunidades de negócio que existem em Africa.
A Ilha do Sal, em Cabo Verde foi tomada de assalto pelo investimento Italiano.
resultado?
Os naturais já só falam Italiano com os turistas.
A Ilha do Sal, em Cabo Verde foi tomada de assalto pelo investimento Italiano.
resultado?
Os naturais já só falam Italiano com os turistas.
O último texto lá no blog é escrito pelo meu namorado, ele agora vais participar lá! Daí as marcas 'brasileiras'!;)
Mas na verdade, já noto algumas expressões brasileiras que antes não usava... putz meu.... hehe
beijinhos
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Mas na verdade, já noto algumas expressões brasileiras que antes não usava... putz meu.... hehe
beijinhos
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