16 junho, 2006

 

Sócrates, o Africano


O primeiro-ministro, José Sócrates, recusou hoje um novo adiamento da segunda cimeira UE/África, em Lisboa, um encontro que avalia da "maior importância" para abordar o tema "urgente e problemático" da migração.
A primeira cimeira UE/África decorreu no Cairo, em 2000, durante a segunda presidência portuguesa da União Europeia, mas a realização de um outro encontro foi impossibilitado devido ás sanções impostas ao Zimbabwé com o Reino Unido a opor-se à deslocação do presidente daquele país, Robert Mugabe, à Europa. Relembre-se que Mugabe foi o grande responsável pelo fracasso de um país que até finais dos anos 90 era apontado como um caso de sucesso no continente negro.
Para José Sócrates, há uma "vontade nova por parte dos países africanos em controlar os fluxos migratórios e suas fronteiras disponiblizando-se a cooperar com a Europa nesse sentido".
Parece que desta vez o primeiro-ministro entendeu uma das grandes funções de destaque que Portugal pode protagonizar no seio da Europa. Desde sempre defendi que Portugal, devido ao seu passado histórico, tem a oportunidade de ser tornar o principal elo de ligação de África e Mercosul com a Europa.Temos que nos livrar de uma vez por todas dos nossos complexos coloniais e explorar essa vertente geoestratégica. O desenvolvimento dos países africanos é fulcral nos dias de hoje porque criando-se um nível de estabilidade razoável nessas regiões, o ímpeto migratório não será tão grande em direcção à Europa e mais tarde ou mais cedo acabarão por se abrir novos mercados nesses territórios.
Só tenho esperança que esta cimeira não seja uma vez mais recheada de discursos de circunstância e que se acabe de vez com a exploração predatória dos recursos naturais africanos por parte das grandes potências. Vamos ter esperança na reabilitação deste continente cheio de potencialidades.

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